Questões de Concurso
Filtrar (abrir filtros)
680 Questões de concurso encontradas
680 resultados
Página 131 de 136
Questões por página:
Cargo: Técnico Judiciário - Tecnologia da Informação
Ano: 2010
Atenção: As questões de números 1 a 10 baseiam-se no texto abaixo
O Brasil é hoje um dos líderes mundiais do comércio agrícola, ocupando a primeira posição nos embarques de açúcar e de carne bovina e a segunda, nas vendas de soja e de carnes de aves. Já era o maior exportador mundial de café, mas até há uns 20 anos a maior parte de sua produção agropecuária era menos competitiva que a das principais potências produtoras. Esse quadro mudou, graças a um persistente esforço de modernização do setor. Um levantamento da Organização Mundial do Comércio (OMC) conta uma parte dessa história, mostrando o aumento da presença brasileira nas exportações globais ente 1999 e 2007. Uma história mais completa incluiria também um detalhe ignorado pelos brasileiros mais jovens: o suprimento do mercado interno tornou-se muito melhor quando o país se transformou numa potência exportadora e as crises de abastecimento deixaram de ocorrer. Essa coincidência não ocorreu por acaso.
A prosperidade mundial e o ingresso de centenas de milhões de pessoas no mercado de consumo, em grandes economias emergentes, favoreceram a expansão do comércio de produtos agropecuários nas duas últimas décadas. Mas, apesar das condições favoráveis criadas pela demanda em rápida expansão, houve uma dura concorrência entre os grandes produtores. A competição foi distorcida pelos subsídios e pelos mecanismos de proteção adotados no mundo rico e, em menor proporção, em algumas economias emergentes.
A transformação do Brasil num dos líderes mundiais de exportação agropecuária foi possibilitada por uma combinação de ações políticas e empresariais. Um dos fatores mais importantes foi o trabalho das instituições de pesquisa, amplamente reforçado a partir da criação da Embrapa, nos anos 70. A ocupação do cerrado por agricultores provenientes de outras áreas - principalmente do Sul - intensificou-se nessa mesma época. Nos anos 80, rotulados por economistas como "década perdida", a agropecuária exibiu dinamismo e modernizou-se, graças ao investimento em novas tecnologias e à adoção de melhores práticas de produção. O avanço tecnológico foi particularmente notável, nessa época, na criação de gado de corte e na produção de aves. Isso explica, em boa parte, o sucesso comercial dos dois setores nos anos seguintes. Com o abandono do controle de preços, a transformação da agropecuária acelerou-se nos anos 90 e o Brasil pôde firmar sua posição como grande exportador.
A magnitude da transformação fica evidente quando se observam os ganhos de produtividade. As colheitas cresceram muito mais do que a área ocupada pelas lavouras. Aumentou a produção de carne bovina, indicando uma pecuária muito mais eficiente. No setor de aves, o volume produzido expandiu-se consideravelmente. Isso permitiu não só um grande avanço no mercado externo, mas também um enorme aumento do consumo por habitante no mercado interno. Proteínas animais tornaram-se muito baratas, refletindo-se nas condições de vida de milhões de brasileiros.
(O Estado de S. Paulo, Notas & Informações, A3, 29 de
novembro de 2009, com adaptações)
Identifica-se relação de causa e consequência, respectivamente, em:
Cargo: Analista Judiciário - Tecnologia da Informação
Ano: 2010
Atenção: As questões de números 11 a 20 referem-se ao texto seguinte
O andar do bêbado
Nadar contra a corrente da intuição é uma tarefa difícil. Como se sabe, a mente humana foi construída para identificar uma causa definida para cada acontecimento, podendo por isso ter bastante dificuldade em aceitar a influência de fatores aleatórios (*) ou não diretamente relacionáveis a um fenômeno. Portanto, o primeiro passo em nossa investigação sobre o papel do acaso em nossas vida é percebermos que o êxito ou o fracasso podem não surgir de uma grande habilidade ou grande incompetência, e sim, como escreveu o economista Armen Alchian, de "circunstâncias fortuitas". Os processos aleatórios são fundamentais na natureza, e onipresentes em nossa vida cotidiana; ainda assim, a maioria das pessoas não os compreende nem pensa muito a seu respeito.
O título deste livro - O andar do bêbado - vem de uma analogia que descreve o movimento aleatório, como os trajetos seguidos por moléculas ao flutuarem no espaço, chocando-se incessantemente com suas moléculas irmãs. Isso pode servir como uma metáfora para a nossa vida, nosso caminho da faculdade para a carreira profissional, da vida de solteiro para a familiar, do primeiro ao último buraco de um campo de golfe. A surpresa é que também podemos empregar as ferramentas usadas na compreensão do andar do bêbado para entendermos os acontecimentos da nossa vida diária.
O objetivo deste livro é ilustrar o papel do acaso no mundo que nos cerca e mostrar de que modo podemos reconhecer sua atuação nas questões humanas. Espero que depois desta viagem pelo mundo da aleatoriedade, você, leitor, comece a ver a vida por um ângulo diferente, menos determinista, com uma compreensão mais profunda dos fenômenos cotidianos.
(*) aleatório: que depende das circunstâncias, do acaso; fortuito, contingente. (Houaiss)
(Do prólogo de Leonar Mlodinow para seu livro O andar do bêbado)
Cargo: Analista Judiciário - Área Judiciária
Ano: 2014
Atenção: Para responder às questões de números 1 a 7, considere o texto abaixo.
O MAQUINISTA empurra a manopla do acelerador. O trem cargueiro começa a avançar pelos vastos e desertos prados do Cazaquistão, deixando para trás a fronteira com a China.
O trem segue mais ou menos o mesmo percurso da lendária Rota da Seda, antigo caminho que ligava a China à Europa e era usado para o transporte de especiarias, pedras preciosas e, evidentemente, seda, até cair em desuso, seis séculos atrás.
Hoje, a rota está sendo retomada para transportar uma carga igualmente preciosa: laptops e acessórios de informática fabricados na China e enviados por trem expresso para Londres, Paris, Berlim e Roma.
A Rota da Seda nunca foi uma rota única, mas sim uma teia de caminhos trilhados por caravanas de camelos e cavalos a partir de 120 a.C., quando Xi'an − cidade do centro-oeste chinês, mais conhecida por seus guerreiros de terracota − era a capital da China.
As caravanas começavam cruzando os desertos do oeste da China, viajavam por cordilheiras que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas e então percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central até o mar Cáspio e além.
Esses caminhos floresceram durante os primórdios da Idade Média. Mas, à medida que a navegação marítima se expandiu e que o centro político da China se deslocou para Pequim, a atividade econômica do país migrou na direção da costa.
Hoje, a geografia econômica está mudando outra vez. Os custos trabalhistas nas cidades do leste da China dispararam na última década. Por isso as indústrias estão transferindo sua produção para o interior do país.
O envio de produtos por caminhão das fábricas do interior para os portos de Shenzhen ou Xangai − e de lá por navios que contornam a Índia e cruzam o canal de Suez − é algo que leva cinco semanas. O trem da Rota da Seda reduz esse tempo para três semanas. A rota marítima ainda é mais barata do que o trem, mas o custo do tempo agregado por mar é considerável.
Inicialmente, a experiência foi realizada nos meses de verão, mas agora algumas empresas planejam usar o frete ferroviário no próximo inverno boreal. Para isso adotam complexas providências para proteger a carga das temperaturas que podem atingir 40 °C negativos.
(Adaptado de: www1.folhauol.com.br/FSP/newyorktimes/122473)
Cargo: Analista Judiciário - Tecnologia da Informação
Ano: 2011
Atenção: Para responder às questões de números 1 a 6, considere o texto abaixo.
Graças à espantosa explosão de teoria e prática da informação, novos avanços científicos foram se traduzindo numa tecnologia que não exigia qualquer compreensão dos usuários finais. O resultado ideal era um conjunto de botões que requeria apenas apertar-se no lugar certo para ativar um procedimento, sem demandar maiores contribuições das qualificações e inteligência limitadas e inconfiáveis do ser humano médio.
A cobrança nos caixas de supermercado na década de 1990 tipificava essa eliminação do elemento humano. Não exigia do operador mais que reconhecer as cédulas e moedas do dinheiro local. Um scanner automático traduzia o código de barras do artigo num preço, somava todos os preços, deduzia o total da quantia entregue pelo cliente, e dizia ao operador quanto dar de troco. O procedimento para assegurar essas atividades se baseia numa combinação de maquinaria sofisticada e programação elaborada. Contudo, a menos que alguma coisa desse errado, esses milagres de tecnologia científica não exigiam mais que um mínimo de atenção e uma capacidade um tanto maior de concentrada tolerância ao tédio.
Para fins práticos, a situação do operador de caixa do supermercado representava a norma humana de fins do século XX; não precisamos entender nem modificar os milagres da tecnologia científica de vanguarda, mesmo que saibamos, ou julguemos saber, o que está acontecendo. Outra pessoa o fará ou já fez por nós. Pois, ainda que nos suponhamos especialistas num ou noutro campo determinado, diante da maioria dos outros produtos diários da ciência e tecnologia somos leigos ignorantes sem compreender nada. Assim, a ciência, através do tecido saturado de tecnologia da vida humana, demonstra diariamente seus milagres ao mundo. É indispensável e onipresente.
E, no entanto, o século XX não se sentia à vontade com a ciência que fora a sua mais extraordinária realização, e da qual dependia. O progresso das ciências naturais se deu contra um fulgor, ao fundo, de desconfiança e medo.
A desconfiança e o medo da ciência eram alimentados por alguns sentimentos: o de que a ciência era incompreensível; o de que suas consequências tanto práticas quanto morais eram imprevisíveis e provavelmente catastróficas; o de que ela acentuava o desamparo do indivíduo e solapava a autoridade. Tampouco devemos ignorar o sentimento de que, na medida em que a ciência interferia na ordem natural das coisas, era inerentemente perigosa. Os primeiros dois sentimentos eram partilhados tanto por cientistas quanto leigos, os dois últimos pertenciam basicamente aos de fora.
(Adaptado de: Eric Hobsbawm. Era dos extremos. Trad. Marcos
Santarrita. São Paulo: Cia. das Letras, 2006, p. 509-512)
Identificam-se nas frases acima, respectivamente,
Cargo: Analista Judiciário - Área Administrativa
Ano: 2013
Atenção: Para responder às questões de números 11 a 16, considere o texto abaixo.
No ano de 1296, ao lançarem a pedra fundamental da Igreja de Santa Maria Del Fiore − a Catedral de Florença −, os governantes da cidade italiana iniciavam uma empreitada épica que se estenderia por quase 600 anos. Tão grandioso que parece estabelecer uma conexão entre o casario florentino e o céu, o edifício em questão só seria concluído no século XIX. A obra foi interrompida por surtos de peste que chegaram a dizimar quatro quintos da população local. Enfrentaram-se contratempos para transportar em barquetas ao longo do Rio Arno enormes quantidades de materiais como o mármore da vizinha Carrara. A dificuldade mais monumental, contudo, provinha dos desafios técnicos do projeto, como a construção da cúpula da igreja que ficou sob o comando de Filippo Brunelleschi.
O gênio de Brunelleschi residia em seu domínio da dinâmica dos materiais e da matemática. Ele inventou um guindaste capaz de içar toneladas de material do chão ao cume da abóbada da Catedral só com a tração de alguns bois. Mas a grande façanha da obra foi embutir ao longo dos oito lados da cúpula nove anéis circulares horizontais − referência aos círculos que compõem o Paraíso na Divina Comédia de Dante Alighieri. Os anéis neutralizam as forças de tensão, mantendo a estrutura suspensa. A façanha fez de Brunelleschi a primeira celebridade da arquitetura.
Paranoico com o risco de plágio, ele fazia seus projetos em código. Irascível, foi extremamente rigoroso com pedreiros grevistas. Em outra ocasião, armou uma farsa para humilhar seu rival, o escultor Lorenzo Ghiberti. Inconformado por ter de dividir com ele o gerenciamento da construção, Brunelleschi teria se fingido de doente para que ficasse a cargo de Ghiberti a decisão sobre como tocar a obra. Ao expor a inépcia do desafeto, ganhou mais poder e triplicou seu salário. Diante do milagre de Santa Maria Del Fiore, fica uma certeza: cada florim pago ao genioso arquiteto foi muito bem gasto.
(Adaptado de: Marcelo Marthe. Revista Veja, 12/06/13. p. 136)
Considerando-se o contexto, há relação de causa e consequência em: