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Com base no texto, considere as seguintes afirmativas:
1. A origem da insegurança nas cidades está na impossibilidade de se obter ganho ou triunfo, devido à convivência com estranhos.
2. A complexidade da problemática enfrentada pelos arquitetos e planejadores urbanos na estruturação das cidades é de natureza paradoxal.
3. O que faz com que a companhia de estranhos nas cidades seja assustadora é a semelhança entre a natureza dos estranhos e a do inimigo.
4. A busca de arquitetos e planejadores urbanos em projetos mais ousados é atingir o ponto ótimo entre segurança e monotonia.
Assinale a alternativa correta.
Leia o trecho abaixo, de Relato de um certo oriente, de Milton Hatoum:
No meu íntimo, creio que deixei a família e a cidade também por não suportar a convivência estúpida com os serviçais. Lembro Dorner dizer que o privilégio aqui no norte não decorre apenas da posse de riquezas.
– Aqui reina uma forma estranha de escravidão – opinava Dorner. – A humilhação e a ameaça são o açoite; a comida e a integração ilusória à família do senhor são as correntes e golilhas.
Havia alguma verdade nesta sentença.
(HATOUM, Milton. Relato de um certo oriente. São Paulo:
Companhia das Letras,1989, p.88.)
A respeito desse romance, considere as seguintes afirmativas:
1. Quem narra essa parte do relato é Hakim, filho preferido de Emilie, a quem ela ensinou o árabe na infância e que muito jovem se mudaria para o Sul do Brasil, jamais vendo a mãe novamente.
2. Dorner é um comerciante alemão, concorrente da loja da família de Emilie, a Parisiense, mas que se mantivera próximo à família por sua antiga amizade com Emir, o irmão suicida da matriarca.
3. O julgamento de Dorner, com o qual o narrador concorda, é injusto, e o tratamento cordial que toda a família de Emilie dedica à serviçal Anastácia Socorro é prova desse equívoco.
4. A referência à escravidão permite que se localize a ação de Relato de um certo oriente no final do século XIX, período em que o Ciclo da Borracha atraiu imigrantes para a região Norte.
Assinale a alternativa correta.
O romance Nove noites apresenta o antropólogo Buel Quain como um aluno da antropóloga estadunidense Ruth Benedict. Ambos são personagens reais e atuaram, efetivamente, como pesquisadores da área. A tentativa de representar aspectos ligados aos povos indígenas retoma uma temática da Literatura Brasileira presente, ao menos, desde a poesia de Gonçalves Dias e de outros indianistas anteriores e posteriores a ele. Considerando isso, leia o trecho abaixo, extraído de um ensaio de Ruth Benedict, originalmente publicado em 1934:
Nem a razão para usar as sociedades primitivas para discutir as formas sociais tem necessária relação com uma volta romântica ao primitivo. Essa razão não existe com o espírito de poetizar os povos mais simples. Existem muitos modos pelos quais a cultura de um ou outro povo nos atrai fortemente nesta era de padrões heterogêneos e de tumulto mecânico confuso. Mas não é por meio de um regresso aos ideais preservados para nós pelos povos primitivos que a nossa sociedade poderá curar-se de suas moléstias. O utopismo romântico que se dirige aos primitivos mais simples, por mais atraente que seja, às vezes tanto pode ser no estudo etnológico, um empecilho como um auxílio.
(BENEDICT, Ruth: “A ciência do costume”. PIERSON, Donald.1970. Estudos de organização social: leituras de sociologia e antropologia social. Tomo II. Tradução de Olga Dória. São Paulo: Martins. p.497-513.)
Considerando a leitura integral de Nove Noites e a leitura do trecho extraído da obra da antropóloga, assinale a alternativa em que a representação dos “povos primitivos” é condicionada pelo que a autora denomina de “utopismo romântico”, ou, segundo definição dela mesma, o “espírito de poetizar os povos mais simples”.