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Acerca dos contrastes sociais, populacionais e regionais presentes no território brasileiro, julgue o item.

Desde a proclamação da República, o Brasil já vivia um processo de integração territorial; gradualmente, a população deixava de ser predominantemente litorânea e iniciava um processo de fixação no interior, com a expansão para o Oeste, especialmente durante o ciclo do café.

Os sapos

(Manuel Bandeira.)

Enfunando os papos,

Saem da penumbra,

Aos pulos, os sapos.

A luz os deslumbra.

Em ronco que aterra,

Berra o sapo‐boi:

– “Meu pai foi à guerra!”

– “Não foi!” – “Foi!” – “Não foi!”

O sapo‐tanoeiro,

Parnasiano aguado,

Diz: – “Meu cancioneiro

É bem martelado.

Vede como primo

Em comer os hiatos!

Que arte! E nunca rimo

Os termos cognatos.

O meu verso é bom.

Frumento sem joio.

Faço rimas com

Consoantes de apoio.

Vai por cinqüenta anos

Que lhes dei a norma:

Reduzi sem danos

A fôrmas a forma.

Clame a saparia

Em críticas céticas:

Não há mais poesia,

Mas há artes poéticas...”

Urra o sapo‐boi:

– “Meu pai foi rei” – “Foi!”

– “Não foi!” – “Foi!” – “Não foi!”

[...]

(BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa.

Rio de Janeiro: Nova Aguilar,1985.)


Dentre as diversas manifestações culturais que compõem os anos 1920 no Brasil, está presente, de forma relevante, a Semana de Arte Moderna, que ocorreu nos dias 13 (segunda‐feira),15 (quarta‐feira) e 17 (sexta‐feira) de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo. Era o Ano do Centenário da Independência de um País oligárquico. O evento abalou a elite paulista. Entre os poemas apresentados no segundo dia, está “O Sapo” de Manuel Bandeira. De acordo com o exposto, é correto identificar essa semana como:

No início do século XX, apesar das transformações socioeconômicas por que passava o país, milhões de brasileiros permaneciam vivendo na miséria. Durante a Primeira República, muitos se indignaram com a situação de miséria e opressão de que eram vítimas. Sobre os movimentos dos excluídos no período, relacione as colunas a seguir:

1. Revolta da Vacina.

2. Revolta da Chibata.

3. Guerra de Canudos.

4. Guerra do Contestado.

5. Tenentismo.

( ) Ocorreu numa região disputada pelos estados do Paraná e de Santa Catarina, onde os problemas sociais e a disputa pela terra agravaram-se quando a empresa Brazil Railway passou a contratar trabalhadores em outros estados para a construção da estrada de ferro, pagando salários muito baixos.

( ) Ocorreu num contexto de opressão e desesperança sociais, durante o governo de Prudente de Morais onde sertanejos sem terra, vaqueiros, pequenos proprietários pobres, homens e mulheres perseguidos pelos Coronéis ou pela polícia se reuniram para buscar a paz e a justiça.

( ) Tratava-se de reconstruir o Estado para construir a nação, pois crescia o descontentamento social contra o tradicional sistema oligárquico que dominava a política brasileira. Esse descontentamento era também notado pelas populações que não estavam sujeitas às pressões dos coronéis, nos grandes centros urbanos.

( ) Ocorreu no governo de Rodrigues Alves; com a intenção de reformar e modernizar o Rio de Janeiro. Cortiços e casebres foram derrubados nos bairros centrais, e as pessoas afetadas provocaram uma grande revolta popular para demonstrar descontentamento com uma série de medidas do governo.

( ) Os revoltosos apontaram os canhões para a cidade do Rio de Janeiro e enviaram um comunicado ao Presidente da República, explicando as razões da revolta e fazendo exigências.

A sequência está correta em:

“Acordei em meio duma maravilhosa aurora de verão. A baía esplendia com seus morros e enseadas. Seriam talvez quatro horas da manhã. E vi imediatamente na baía, frente a mim, navios de guerra, todos de aço, que se dirigiam em fila para a saída do porto. Reconheci o encouraçado Minas Gerais que abria a marcha. [...] Eu estava diante da revolução. Pontos de fogo, estrondos. [...] O seu chefe, o negro João Cândido, imediatamente guindado ao posto de almirante, tinha se revelado um hábil condutor de navios. [...] A revolta teve o mais infame dos desfechos [...]” (ANDRADE, Oswald de. Um homem sem profissão – Memórias e confissões. Sob as ordens de mamãe. São Paulo: Globo,2002. p.96.)
Esse trecho de Oswald de Andrade, ícone da semana de arte Moderna no Brasil, refere-se:
Tanto o episódio de Canudos quanto o da Revolta da Vacina, com suas evidentes afinidades, são dos mais exemplares para assinalar as condições que se impuseram com o advento do tempo republicano. Um tempo mais acelerado, impulsionado por novos potenciais energéticos e tecnológicos, em que a exigência de acertar os ponteiros brasileiros com o relógio global suscitou a hegemonia de discursos técnicos, confiantes em representar a hegemonia e vitória inelutável do progresso e por isso dispostos a fazer valer a modernização “a qualquer custo.”
(SEVCENKO, Nicolau. Introdução: O prelúdio republicano, astúcias da ordem e ilusões do progresso.IN: SEVCENKO, Nicolau. História da vida privada no Brasil: República – da belle époque à era do rádio. São Paulo: Companhia das Letras,1998, p.27)
Os objetivos pretendidos pelas revoltas de Canudos, da Vacina e pelo discurso modernizador da República mostram que