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Cargo: Analista Judiciário - Arquivologia
Ano: 2014
Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 1 a 8.
O caldo cultural do Nordeste, particularmente do sertão, foi primordial na formação do paraibano Ariano Suassuna. A infância passada no sertão familiarizou o futuro escritor e dramaturgo com temas e formas de expressão artística que mais tarde viriam a influenciar o seu universo ficcional, como a literatura de cordel e o maracatu rural. Não só histórias e casos narrados foram aproveitados para o processo de criação de suas peças e romances, mas também todas as formas da narrativa oral e da poesia sertaneja foram assimiladas e reelaboradas por Suassuna. Suas obras se caracterizam justamente por isso, pelo domínio dos ritmos da poética popular nordestina.
Com apenas 19 anos, Suassuna ligou-se a um grupo de jovens escritores e artistas. As atividades que o grupo desenvolveu apontavam para três direções: levar o teatro ao povo por meio de apresentações em praças públicas, instaurar entre os componentes do conjunto uma problemática teatral e estimular a criação de uma literatura dramática de raízes fincadas na realidade brasileira, particularmente na nordestina.
No final do século XIX, surgiu no Nordeste a chamada literatura de cordel. A primeira publicação de folheto no Nordeste, historicamente comprovada, aconteceu em 1870.
O nome cordel originou-se do fato de os folhetos serem expostos em cordões, quando vendidos nas feiras livres. O principal nome do cordel foi Leandro Gomes de Barros, considerado por Ariano Suassuna “o mais genial de todos os poetas do romanceiro popular do Nordeste”.
A peça Auto da Compadecida, de Suassuna, é uma releitura do folclore nordestino em linguagem teatral moderna. O enredo da peça é um trabalho de montagem e moldagem baseado em uma tradição muito antiga, que remonta aos autos medievais e mais diretamente a inúmeros autores populares que se dedicaram ao gênero do cordel.
As apropriações de Suassuna tanto do folheto nordestino quanto de outras fontes literárias são possíveis porque a palavra imitação, usada por Suassuna, remete-nos ao conceito aristotélico de mimesis, cujo significado não representa apenas uma repetição à semelhança de algo, uma cópia, mas a representação de uma realidade. Suassuna já fez diversos elogios da imitação como ato de criação e costuma dizer que boa parte da obra de Shakespeare vem da recriação de histórias mais antigas.
Recontar uma história alheia, para o cordelista e para o dramaturgo popular, é torná-la sua, porque existe na cultura popular a noção de que a história, uma vez contada, torna-se patrimônio universal e transfere-se para o domínio público. Autoral é apenas a forma textual dada à história por cada um que a reescreve.
(Adaptado de FOLCH, Luiza. Disponível em: www.omarrare.uerj.br/numero15. Acesso em 17/05/2014)
Uma redação alternativa para um segmento do texto em que se respeitam as normas de concordância encontra-se em:
Cargo: Técnico Judiciário - Tecnologia da Informação
Ano: 2013
Atenção: Para responder às questões de números 8 a 15, considere o texto abaixo.
Muitos previram o fim do mundo nos últimos 200 anos. Thomas Malthus (1766-1834) falava em risco de catástrofe humana. Para ele, como a população crescia em progressão geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética, a fome se alastraria. Assim, para controlar a expansão demográfica, Malthus defendia a abstinência sexual e a negação de assistência à população em hospitais e asilos. O risco foi superado pela tecnologia, que aumentou a produtividade agrícola.
Hoje o alarmismo vem de ambientalistas radicais. A catástrofe decorreria do aquecimento global causado basicamente pelo homem, via emissão de dióxido de carbono, embora haja opiniões de que o aquecimento não tem aumentado desde a virada do século e que são comuns oscilações da temperatura mundial.
Entre Malthus e os ambientalistas, surgiram outros alarmistas. Em 1968, o biologista americano Paul Ehrlich sustentava que o tamanho excessivo da população constituiria ameaça à sobrevivência da humanidade e do meio ambiente. Em 1972, o Clube de Roma propôs o "crescimento zero" como forma de enfrentar a exaustão rápida de recursos naturais. Ehrlich defendia a redução do crescimento populacional; o Clube de Roma, a paralisia do crescimento econômico. Nenhum dos dois estava certo.
Como o Clube de Roma pode ter errado tanto? Segundo Bjorn Lomborg, destacado cético que provou o enorme fracasso das previsões catastróficas, seus membros desprezaram o talento e a engenhosidade do ser humano e "sua capacidade de descobrir e inovar". Se as sugestões tivessem sido acatadas, meio bilhão de chineses, indianos e outros teriam continuado muito pobres. O Brasil estaria mais desigual e não haveria a ascensão da classe C. Apesar de tais lições, volta-se a falar em limites físicos do planeta. Na linha do Clube de Roma, defende-se o estancamento da expansão baseada no consumo de bens materiais. Se fosse assim, inúmeros países
seriam congelados em seu estado atual, sem poder reduzir a pobreza nem promover o bem-estar.
Mesmo que o homem não seja a causa básica do aquecimento, é preciso não correr riscos e apoiar medidas para conter as emissões. Mas também resistir a ideias de frear o consumo. Além de injusta, a medida exigiria um impossível grau de coordenação e renúncia ou um inconcebível comando autoritário. Desprezaria, ademais, a capacidade do homem de se adaptar a novas e desafiantes situações.
(Adaptado de: Maílson da Nóbrega. Veja, 5 de setembro de 2012. p. 24)
Mas também resistir a ideias de frear o consumo.
Estará correto o emprego do sinal indicativo de crase se o segmento grifado acima for substituído por:
Cargo: Técnico Judiciário - Tecnologia da Informação
Ano: 2013
Atenção: Para responder às questões de números 8 a 15, considere o texto abaixo.
Muitos previram o fim do mundo nos últimos 200 anos. Thomas Malthus (1766-1834) falava em risco de catástrofe humana. Para ele, como a população crescia em progressão geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética, a fome se alastraria. Assim, para controlar a expansão demográfica, Malthus defendia a abstinência sexual e a negação de assistência à população em hospitais e asilos. O risco foi superado pela tecnologia, que aumentou a produtividade agrícola.
Hoje o alarmismo vem de ambientalistas radicais. A catástrofe decorreria do aquecimento global causado basicamente pelo homem, via emissão de dióxido de carbono, embora haja opiniões de que o aquecimento não tem aumentado desde a virada do século e que são comuns oscilações da temperatura mundial.
Entre Malthus e os ambientalistas, surgiram outros alarmistas. Em 1968, o biologista americano Paul Ehrlich sustentava que o tamanho excessivo da população constituiria ameaça à sobrevivência da humanidade e do meio ambiente. Em 1972, o Clube de Roma propôs o "crescimento zero" como forma de enfrentar a exaustão rápida de recursos naturais. Ehrlich defendia a redução do crescimento populacional; o Clube de Roma, a paralisia do crescimento econômico. Nenhum dos dois estava certo.
Como o Clube de Roma pode ter errado tanto? Segundo Bjorn Lomborg, destacado cético que provou o enorme fracasso das previsões catastróficas, seus membros desprezaram o talento e a engenhosidade do ser humano e "sua capacidade de descobrir e inovar". Se as sugestões tivessem sido acatadas, meio bilhão de chineses, indianos e outros teriam continuado muito pobres. O Brasil estaria mais desigual e não haveria a ascensão da classe C. Apesar de tais lições, volta-se a falar em limites físicos do planeta. Na linha do Clube de Roma, defende-se o estancamento da expansão baseada no consumo de bens materiais. Se fosse assim, inúmeros países
seriam congelados em seu estado atual, sem poder reduzir a pobreza nem promover o bem-estar.
Mesmo que o homem não seja a causa básica do aquecimento, é preciso não correr riscos e apoiar medidas para conter as emissões. Mas também resistir a ideias de frear o consumo. Além de injusta, a medida exigiria um impossível grau de coordenação e renúncia ou um inconcebível comando autoritário. Desprezaria, ademais, a capacidade do homem de se adaptar a novas e desafiantes situações.
(Adaptado de: Maílson da Nóbrega. Veja, 5 de setembro de 2012. p. 24)
Para ele, como a população crescia em progressão geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética, a fome se alastraria.
O segmento grifado acima tem o sentido de
Cargo: Técnico Judiciário - Tecnologia da Informação
Ano: 2013
Atenção: Para responder às questões de números 1 a 7, considere o texto abaixo.
Por mais que se queira, não se consegue fugir ao tema que o secretário-geral da ONU chamou durante a conferência Rio+20, em junho, de "exaustão do sistema econômico e social planetário" − 868 milhões de pessoas que passam fome todos os dias, 1,3 bilhão vivendo abaixo da linha da pobreza, população total de 7 bilhões avançando para 9 bilhões até meados do século, recursos naturais usados em ritmo superior à reposição, "crise de finitude de recursos", impasse na produção de alimentos. Como produzir para mais 2 bilhões de pessoas no atual quadro?
Um dos documentos mais contundentes, divulgado em Nairobi (Quênia) pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), diz que "os sustentáculos da segurança alimentar e da biodiversidade no mundo estão sendo minados". É urgente, por isso, incluir na agricultura e no seu planejamento os serviços prestados pela natureza para avaliar a situação em cada lugar.
Esse documento avalia a situação nas áreas da sobrepesca, do uso insustentável da água, das práticas agrícolas que degradam o ambiente e propõe novos caminhos − como a estocagem de alimentos de pequenos produtores (para eliminar desperdícios), o uso restrito de fertilizantes e pesticidas, a redução da mecanização. Tudo é fundamental, diz o Pnuma, já que a agricultura provê 90% do consumo mundial de calorias, e a pesca, os outros 10%. Mas, na primeira, a competição pelo uso da água na irrigação, a perda da biodiversidade (com consequências na erosão e desertificação) e os desastres climáticos estão levando a situações insustentáveis. Na pesca, 55% dos estoques estão "plenamente explorados", e parte deles já se encontra esgotada. Os hábitats costeiros de espécies, recifes de corais e mangues já se reduziram quase à metade. O aquecimento e a acidificação das águas são causas importantes.
Também nas culturas em áreas continentais os problemas são graves.
As recomendações incluem ainda a eliminação dos subsídios à pesca e a criação de impostos pesados para a pesca irregular; na agricultura, a redução de fertilizantes, a proibição do desmatamento e várias práticas para a conservação do solo, da diversidade biológica e da microfauna associada à fertilidade nas culturas.
(Adaptado de: Washington Novaes. O Estado de S. Paulo, A2, 2 de novembro de 2012)
A concordância verbal e nominal está inteiramente respeitada em:
Cargo: Técnico Judiciário - Tecnologia da Informação
Ano: 2013
Atenção: Para responder às questões de números 1 a 7, considere o texto abaixo.
Por mais que se queira, não se consegue fugir ao tema que o secretário-geral da ONU chamou durante a conferência Rio+20, em junho, de "exaustão do sistema econômico e social planetário" − 868 milhões de pessoas que passam fome todos os dias, 1,3 bilhão vivendo abaixo da linha da pobreza, população total de 7 bilhões avançando para 9 bilhões até meados do século, recursos naturais usados em ritmo superior à reposição, "crise de finitude de recursos", impasse na produção de alimentos. Como produzir para mais 2 bilhões de pessoas no atual quadro?
Um dos documentos mais contundentes, divulgado em Nairobi (Quênia) pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), diz que "os sustentáculos da segurança alimentar e da biodiversidade no mundo estão sendo minados". É urgente, por isso, incluir na agricultura e no seu planejamento os serviços prestados pela natureza para avaliar a situação em cada lugar.
Esse documento avalia a situação nas áreas da sobrepesca, do uso insustentável da água, das práticas agrícolas que degradam o ambiente e propõe novos caminhos − como a estocagem de alimentos de pequenos produtores (para eliminar desperdícios), o uso restrito de fertilizantes e pesticidas, a redução da mecanização. Tudo é fundamental, diz o Pnuma, já que a agricultura provê 90% do consumo mundial de calorias, e a pesca, os outros 10%. Mas, na primeira, a competição pelo uso da água na irrigação, a perda da biodiversidade (com consequências na erosão e desertificação) e os desastres climáticos estão levando a situações insustentáveis. Na pesca, 55% dos estoques estão "plenamente explorados", e parte deles já se encontra esgotada. Os hábitats costeiros de espécies, recifes de corais e mangues já se reduziram quase à metade. O aquecimento e a acidificação das águas são causas importantes.
Também nas culturas em áreas continentais os problemas são graves.
As recomendações incluem ainda a eliminação dos subsídios à pesca e a criação de impostos pesados para a pesca irregular; na agricultura, a redução de fertilizantes, a proibição do desmatamento e várias práticas para a conservação do solo, da diversidade biológica e da microfauna associada à fertilidade nas culturas.
(Adaptado de: Washington Novaes. O Estado de S. Paulo, A2, 2 de novembro de 2012)
As recomendações incluem ainda a eliminação dos subsídios à pesca...
A mesma relação observada entre o verbo e seu complemento,grifados acima, se encontra também na frase: