Durante quase um ano, jovens usavam programas de bate-papo e torpedos para traficar drogas sem desconfiar que estavam sendo grampeados. Nem frases cifradas, linguagem de Internet, códigos, abreviações e palavras com sílabas invertidas impediram que os presos nas operações Nocaute e Trilhas fossem monitorados pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal.
Nas conversas interceptadas com autorização da Justiça, eles faziam pedidos de drogas, trocavam números de contas bancárias e negociavam até armas. Falavam em fuzil, granada e pistola.
"Eles usavam muito a Internet, MSN, o tempo todo, porque provavelmente achavam que eram imunes a investigação. Usavam SMS porque só recentemente foi desenvolvida a tecnologia para interceptar", afirmou um procurador da República.
Jornal do Brasil, 12/2/2009, p. A4 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando aspectos marcantes da civilização contemporânea, julgue os itens que se seguem.
A prisão de jovens de classe média alta envolvidos com o tráfico de drogas, ocorrida nas operações policiais mencionadas no texto, pode surpreender pela discrepância da boa condição social dos detidos com o estereótipo marginal de traficantes de favelas oriundos de famílias pobres, filhos de mulheres abandonadas, com figura paterna ausente, de contato precoce e direto com a violência e a morte banalizada.