Um trabalhador, muito empenhado em alcançar reconhecimento em sua profissão, é transferido de unidade duas vezes em um ano, assumindo compulsoriamente um posto de gerência, enquanto a amplitude de controle em sua organização de trabalho aumentava. As tarefas que assume são pouco especializadas e não estão de acordo com suas habilidades, obrigando-o a lidar diariamente com o público. Para compensar suas deficiências no novo posto, aumenta a carga de trabalho em busca de treinamento. Após adaptar-se ao novo papel, mudanças de diretriz na empresa o obrigam a modificar as rotinas de trabalho recém-aprendidas. Vive risco permanente de perda de emprego, e suas novas obrigações incluem o comunicado de demissão a seus colegas. Em certa ocasião, busca atendimento médico queixando-se de muito cansaço físico, dificuldade de iniciar o sono, ansiedade permanente e muita irritação ao pensar no trabalho (que até então havia sido fonte de orgulho e satisfação pessoal), dificuldade de concentração e uma forte anestesia emocional em relação aos colegas de trabalho e aos clientes, por quem chega a sentir desprezo. Sentindo-se injustiçado por sua empresa, aumentou muito seu absenteísmo e percebe estar sendo vigiado por seus superiores, o que o faz supor que esteja prestes a ser demitido, devido à sua baixa produtividade e ao seu comportamento irresponsável. Apesar do quadro descrito no trabalho, encontra satisfação em sua vida familiar, ainda que um pouco prejudicada por chegar a casa muito tenso e estressado. Anseia pelos afastamentos de fim de semana e pelas férias, as quais planeja minuciosamente.

De acordo com as categorias reconhecidas pelo Ministério da Saúde, a situação clínica acima é característica da(o)