Em texto publicado pela Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência (SBPC),  o professor Aziz Nacib Ab Sáber
critica as propostas de modificação do Código Florestal brasileiro
e os principais argumentos de seus defensores. Entre as críticas
apresentadas pelo professor,  listam-se: a proteção da vegetação
somente até sete metros e meio da margem de todos os rios do
território brasileiro; o plantio de espécies homogêneas,  como
eucalipto e pínus,  em áreas muito desmatadas ou degradadas;
a permissão de desmate total para propriedades familiares com até
400 hectares; e a redução,  de 80% para 20%,  do limite de reserva
legal na Amazônia. Reforçando a primeira crítica,  Ab Sáber
comenta tratar-se de desconhecimento entristecedor sobre a ordem
de grandeza das redes hidrográficas do território intertropical
brasileiro. A própria comunidade amazônica já reconheceu fatos
referentes à tipologia dos rios regionais,  denominados,  na
linguagem local,  em ordem crescente,  igarapés,  riozinhos,  rios e
parás. Com relação à segunda crítica,  o professor argumenta que,  ao
se arrendarem de incautos proprietários terras para o plantio de
eucaliptos ou pínus por 30 anos,  sabendo-se que os donos da terra
podem morrer quando se completar o prazo,  cria-se um grande
problema judicial e econômico para os herdeiros,  pois o cenário
pós-corte dessas árvores impede a posterior reutilização das terras
para atividades agrárias. Ab Sáber também prevê que,  com a
ampliação das áreas desmatáveis nas propriedades rurais,  o
desmatamento seguirá por rodovias,  ramais e sub-ramais. Acerca da
redução do limite legal da Amazônia,  o professor propõe,  aos que
defendem que a taxa de proteção interna da vegetação florestal na
Amazônia seja de 20%,  que analisem o que aconteceu nos espaços
ecológicos de São Paulo,  Paraná,  Santa Catarina e Minas Gerais
com a adoção desse percentual. O professor conclui que “seria
necessário que os pretensos reformuladores do Código Florestal
lançassem sobre o papel os limites de glebas de quinhentos a
milhares de hectares e,  dentro de cada parcela das glebas, 
colocassem indicações de 20% correspondentes às florestas ditas
preservadas”.

Considerando os assuntos abordados no texto acima,  julgue os itens
de 61 a 75.
           
          
          De acordo com a teoria do rio contínuo,  espera-se que os igarapés tenham baixa produtividade primária líquida.