Estaríamos entrando na era dos autocratas? É certamente tentador pensar assim depois de ver a recente surra dada pela Rússia na Geórgia. Essa invasão marca com clareza uma nova fase na política mundial, mas seria um erro pensar que o futuro pertence à mão pesada do russo Vladimir Putin e aos seus colegas déspotas.
Estou pessoalmente interessado em discernir o formato do novo momento internacional, porque em 1989 escrevi um ensaio intitulado O Fim da História? Nele, eu argumentava que as idéias liberais haviam triunfado de maneira conclusiva com o fim da Guerra Fria. Mas, hoje, o predomínio dos Estados Unidos da América sobre o sistema mundial está fraquejando; Rússia e China se oferecem como modelos, exibindo uma combinação de autoritarismo e modernização que claramente desafia a democracia liberal. Eles parecem ter grande número de imitadores.
Francis Fukuyama. Democracia resiste a novo autoritarismo.
In: O Estado de S.Paulo, 31/8/2008, p. A24 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando aspectos marcantes da realidade mundial contemporânea, julgue os itens que se seguem.
Encerradas há pouco, as Olimpíadas de Pequim foram usadas pela China para demonstrar ao mundo pujança, vigor e capacidade de realização do país, no que introduziu inédito sentido político a uma competição que desconhecia esse tipo de procedimento.