O Partido dos Trabalhadores aprova hoje em sua convenção nacional, a ser realizada no Anhembi, em São Paulo, a quarta candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, com seu maior gesto de aproximação com a elite empresarial e de distanciamento da esquerda tradicional. A aliança com o Partido Liberal e a escolha do empresário José Alencar,71, como candidato a vice-presidente são a maior inflexão na história da agremiação, que se propunha a "construir um poder que avance no rumo de uma sociedade sem exploradores e explorados, tendo claro que esta luta se dá contra os interesses do grande capital nacional e internacional", como afirma a tese-guia de seu 1º Encontro Nacional, realizado em 1980. A escolha de Alencar, a ser ratificada hoje, é mais do que o atendimento a um desejo de Lula, que mantém boas relações com o senador mineiro desde quando este militava no PMDB. É um aceno para os setores do centro e da direita de que o PT reconhece que precisa de fatias desses segmentos para viabilizar-se eleitoralmente.
Folha de São Paulo,29 de junho de 2002, p. A6.

“Lulinha paz e amor”: esta foi um das formas utilizadas pela grande imprensa para se referir ao comportamento político do candidato petista Luís Inácio Lula da Silva nas eleições de 2002. O trecho acima, retirado de um conhecido jornal do país, permite identificar uma postura mais maleável de Lula nestas eleições pois: