No seu texto Codificação/Decodificação, Stuart Hall propõe uma forma de analisar o processo comunicativo diversa da tradicionalmente usada em modelos lineares. O autor afirma:


O processo, desta maneira, requer, do lado da produção, seus instrumentos materiais − seus ‘meios’ − bem como seus próprios conjuntos de relações sociais (de produção) − a organização e combinação de práticas dentro dos aparatos de comunicação. Mas é sob a forma discursiva que a circulação do produto se realiza, bem como sua distribuição para diferentes audiências. Uma vez concluído, o discurso deve então ser traduzido − transformado de novo − em práticas sociais, para que o circuito ao mesmo tempo se complete e produza efeitos. Se nenhum ‘sentido’ é apreendido, não pode haver ‘consumo’. Se o sentido não é articulado em prática, ele não tem efeito.

(Hall, Stuart. Codificação/Decodificação. In: Da Diáspora − Identidades e Mediações Culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG,2011. p.366)


Nesta percepção, o que faz a transmissão televisiva de um evento histórico ser passível de significação, e não de transmissão completa do real, é