Na primeira estrofe, verifica-se a existência de uma metáfora que classifica o poeta como um fingidor. Isso significa que ele não é capaz de se transformar nos próprios sentimentos que estão dentro dele.

A segunda estrofe expressa o agenciamento do sentimento estético, pois o ato de fingir, responsável pela criação do texto literário, tem como resultado, na recepção do leitor, a magia de aliviar aquele sentimento profundo.

A primeira estrofe espanta, de imediato, o leitor, porque ali se esboça o mecanismo do ato de fingir, como instrumento da criação literária, em um jogo de repetições e arranjos pouco envolvente.

A importância fundamental que se confere à estética está, justamente, no equilíbrio que a obra artística não pode produzir no ser humano.

Na segunda estrofe do poema, o que se tem é exatamente isto: a purificação da emoção do leitor ao perceber que sua dor realmente existe.