A forma de organização geográfica da sociedade brasileira atual tem sua origem na disponibilização que fatia o espaço indígena em grandes domínios de propriedade, instituindo a colonização portuguesa à base de um poder do colono, a um só tempo, fundiário, territorial e político.

Sobre a base da relação terra-território-senhorio, regente de uma nova estrutura de relação homem-espaço-natureza, ergue-se uma sociedade rural com as janelas da casa-grande abertas para a entrada dos traços culturais de um mundo em franco caminho de integração (século XVIII).

Virado o século XVIII para o século XIX, o sistema colonial finda e uma nova arrumação do espaço brasileiro se estabelece. De um lado altera-se o arranjo institucional do Estado nacional e, por outro lado, o arranjo econômico-demográfico, com a reafirmação cafeeira da centralidade plantacionista.

Surgida sob a égide dos últimos ciclos agrícolas, a indústria se organiza na fase inicial (1870-1950) com um perfil estrutural que primeiro reproduz o arranjo disperso e pouco diversificado da organização plantacionista. Aos poucos se automatiza e torna-se o centro da nova ordem de organização do espaço brasileiro.

Simultâneo ao deslocamento que diminui o ritmo expansivo das cidades médias e pequenas, ao tempo que ainda acelera o das cidades metropolitanas, a disseminação agroindustrial traz para seu centro o movimento das concentrações.