Questões de Concurso

“Rodeado de tiras, Fleury surgiu do escuro, apontou um revólver para Marighella e o intimou a se render. Marighella fixou o olhar no chefe do Esquadrão da Morte e fez um movimento com a mão para abrir a pequena pasta preta que trazia consigo. Fleury começou a disparar e os tiras a seu lado o acompanharam, motivados por uma reação de pânico diante da fama de valentia do homem encurralado dentro do Fusca. Os policiais postados no fundo da rua imaginaram que a guarda de Marighella atirava e responderam também com disparos.”
(GORENDER, Jacob. Combate nas trevas: a esquerda brasileira: das ilusões perdidas à luta armada. São Paulo: Ática,1987. p.175.)

A circunstância da morte de Carlos Marighella em uma emboscada policial, durante a Ditadura Militar, envolve questões que refletem o contexto de repressão política vivido no Brasil durante esse período. Considerando o referido contexto, assinale a afirmativa correta sobre a Ditadura Militar brasileira e suas implicações sociopolíticas.

(a)

A Ditadura Militar brasileira, durante os anos 1960 e 1970, procurou eliminar as formas de oposição armada e ideológica por meio de métodos violentos e ilegais, como a tortura e a execução de inimigos do regime, levando à morte e ao desaparecimento de muitas pessoas.

(b)

A morte de Carlos Marighella foi um episódio isolado, sem repercussões significativas para o movimento de resistência à ditadura, considerando que Marighella apenas se tornou afamado com o revisionismo sobre aquele contexto histórico a partir dos anos 2000.

(c)

A atuação de Fleury, que comandou a execução de Marighella, foi um marco para o início da ‘distensão’ promovida pelo regime militar, que passou a minimizar a violência e abrir um espaço para negociações pacíficas com a oposição.

(d)

O episódio da morte de Marighella foi amplamente apoiado pela população brasileira, que, na época, via com simpatia as ações do regime militar e sua luta contra o que chamavam de ‘terrorismo interno’.

(e)

A morte de Marighella foi amplamente comemorada tanto pela sociedade brasileira, que, em sua maioria, aprovava as ações do regime militar e via os guerrilheiros como inimigos da ordem e da paz social, quanto por outros movimentos de esquerda, que viam em Marighella uma figura contraditória.