No posfácio da nova nova edição da obra “A Educação Física cuida do corpo... e mente”, Medina Hungaro analisa o impacto dessa obra na trajetória teórico-metodológica da Educação Física brasileira. O autor introduz o conceito de “intenção de ruptura” para designar um projeto crítico, de base marxista, que emergiu nos anos 1980 com o objetivo de romper com a lógica histórica da área como instrumento de disciplinamento e adaptação aos interesses do capital. Tal projeto, ainda, confrontava o que Filho (2019) denominou de “Movimento de Renovação Conservadora”. No entanto, segundo Hungaro (2013), essa inflexão crítica não se consolidou de forma estrutural, sendo sucedida, nos anos 1990, por outras influências teóricas. Com base nessa análise, analise as assertivas abaixo:

I. A chamada “intenção de ruptura”, originada no seio da crítica marxista, orientou-se pela defesa de uma prática pedagógica emancipadora que compreendesse o corpo e a cultura corporal em sua totalidade histórico-social.
II. A cientificização da Educação Física durante o regime militar representou um avanço metodológico com caráter de renovação conservadora, pois introduziu o rigor técnico e a pesquisa acadêmica como elementos centrais da formação docente.
III. O movimento pós-crítico dos anos 1990 contribuiu para aprofundar a crítica ao biologicismo da Educação Física, reforçando a centralidade da totalidade, da alienação e da luta de classes como categorias explicativas da realidade.
IV. Embora tenha promovido um deslocamento teórico importante nos anos 1980, o movimento crítico-marxista na Educação Física não conseguiu estruturar um projeto pedagógico hegemônico, abrindo espaço, nas décadas seguintes, para abordagens centradas na denominada “agenda pós-moderna”.


Quais estão corretas?