A intertextualidade revela o “diálogo” entre textos. É comum haver esse fenômeno na música brasileira.
O caso abaixo é bastante emblemático na letra de Caetano Veloso, que conversa com vários elementos.
SAMPA
“Alguma coisa acontece no meu coração/ Que só quando cruzo a Ipiranga e Avenida São João/ É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi/ Da dura poesia concreta de tuas esquinas/ Da deselegância discreta de tuas meninas/ Ainda não havia para mim Rita Lee/ A tua mais completa tradução/ Alguma coisa acontece no meu coração/ Que só quando cruza a Ipiranga e Avenida São João/ Quando eu te encarei frente a frente e não vi o meu rosto/ Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto/ É que Narciso acha feio o que não é espelho (…)”
VELOSO, Caetano,1978.
No trecho “É que Narciso acha feio o que não é espelho” há referência ao mito de Narciso, que retrata a história do belo rapaz que, ao abaixar-se para beber água do rio, apaixona-se pela própria imagem, enamora-se de si.
Ao fazer tal referência, Caetano empregou: