Uma paciente com 30 anos de idade, profissional de saúde, chegou ao serviço de saúde queixando-se de mal-estar, cansaço, inapetência, náuseas e desconforto abdominal. Durante a consulta de enfermagem, a paciente negou o uso de drogas injetáveis ilícitas, mas afirmou ingerir bebida alcoólica e fumar regularmente; relatou, ainda, que, três meses antes, fizera uma viagem para o norte do Brasil. Negou contato com água de enchentes e referiu acidente de trabalho com material perfurocortante com agulha quando puncionava um acesso venoso. Até o momento do atendimento, ela não havia notificado o evento ocupacional. O exame físico mostrou que a paciente estava anictérica. Ela foi, então, encaminhada para avaliação do médico e submeteu-se a exames laboratoriais, cujos resultados foram os seguintes: hemograma normal, bilirrubina total de 4,2 com bilirrubina direta de 3,0, transaminases aumentadas em duas vezes em relação aos valores de referência, fosfatase alcalina normal, e exames sorológicos inconclusivos para hepatite C. O exame PCR (HCV-RNA) qualitativo positivo confirmou hepatite C e o médico assistente prescreveu à paciente interferon associado a ribavirina.
A partir do caso clínico apresentado acima, julgue os itens subsequentes.
As transaminases elevadas são sugestivas de hepatite aguda viral. No caso de o RNA-VHCA se manter por mais de seis meses após a infecção, estará caracterizada a infecção crônica, com risco aumentado de doença hepática crônica — incluindo a cirrose e o hepatocarcinoma —, o que requer monitoramento rigoroso, quando da internação, e cuidado a domicílio.