Não posso dizer positivamente em que ano nasceu a crônica; mas há toda a probabilidade de crer que foi coletânea das primeiras duas vizinhas. Essas vizinhas, entre o jantar e a merenda, sentaram-se à porta, para debicar os sucessos do dia. Provavelmente começaram a lastimar-se do calor. Um dia que não pudera comer ao jantar, outra que tinha a camisa mais ensopando que as ervas que comera. Passar das ervas às plantações do morador fronteiro, e logo às tropelias amatórias do dito morador, e ao resto, era a coisa mais fácil, natural e possível do mundo. Eis a origem da crônica
(ASSIS, Machado de. As Cem Melhores Crônicas Brasileiras. Objetiva Rio de Janeiro, 2007, p.27).
           
          
          Quando  Machado  de  Assis  afirma  que  “foi  coletânea  das primeiras  duas  vizinhas”,   ele  estabelece  que  o  gênero  cronístico :