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Cargo: Técnico Judiciário - Área Administrativa
Ano: 2008
Atenção: As questões de números 8 a 15 baseiam-se no texto apresentado abaixo.
Durante muito tempo os brasileiros conviveram com uma ameaça nascida nos boletins dos censos demográficos. O rápido crescimento da população do país, que aumentou dez vezes entre o início e o fim do século XX, apontava para um futuro em que faltariam alimentos, moradia e infra-estrutura para tanta gente. A bomba populacional foi um risco real para o Brasil e sustentou uma infinidade de apostas sombrias. Essa bomba, porém, foi perdendo força a partir dos anos 70, à medida que um número cada vez maior de mulheres escolheu ter menos filhos. Quase 40 anos depois, essa bomba acaba de ser oficialmente desativada. É uma grande notícia para os brasileiros.
A taxa de fecundidade é o fator que mais influencia a taxa de crescimento populacional de um país. Quando essa taxa de fecundidade cai abaixo do patamar de 2,1, a população cresce em ritmo mais lento e, depois de duas ou três décadas, passa a diminuir de tamanho. Todos os países desenvolvidos, em algum ponto de sua trajetória, tiveram quedas expressivas em seus índices de natalidade. A quantidade de filhos que as mulheres dão à luz tem impacto direto na economia e na sociedade de uma nação. São muitas as razões que levam os casais a formar famílias pequenas. A adesão das mulheres à competitividade no trabalho ou na vida acadêmica é certamente uma delas.
As conseqüências econômicas, sociais, culturais e políticas dessa mudança no tamanho da família brasileira só agora começam a ser medidas em toda a sua extensão. Com a taxa de fecundidade na casa de 1,8 filho por mulher, abre-se para o Brasil o que os especialistas chamam de janela de oportunidade demográfica. Nos próximos anos, com a queda gradual no número de nascimentos, o país terá uma proporção maior de pessoas em idade produtiva − entre 15 e 64 anos. A porcentagem de crianças e idosos que demandam mais investimentos do estado e, em tese, não produzem riqueza, será inferior à existente hoje. Com menor necessidade de gastos com escolas e hospitais, entre muitos outros itens relacionados à promoção do bem-estar de crianças e idosos, torna-se mais fácil para o governo fazer investimentos que produzam riqueza e acumular poupança. Isso vale também para os cidadãos, que podem gastar menos com a educação de crianças e com o sustento e a saúde dos mais velhos.
O resultado dessa equação é o aumento da renda per capita, conta que resulta da divisão de toda a riqueza produzida por um país pelo número de seus habitantes. Quando as riquezas se multiplicam e a população se mantém praticamente estável, a economia adquire vitalidade, criam-se mais empregos e todos ficam mais ricos.
(Paula Neiva e Roberta de Abreu Lima. Veja, 30 de julho de
2008, p.94-96, com adaptações)
Cargo: Técnico Judiciário - Área Administrativa
Ano: 2008
Atenção: As questões de números 8 a 15 baseiam-se no texto apresentado abaixo.
Durante muito tempo os brasileiros conviveram com uma ameaça nascida nos boletins dos censos demográficos. O rápido crescimento da população do país, que aumentou dez vezes entre o início e o fim do século XX, apontava para um futuro em que faltariam alimentos, moradia e infra-estrutura para tanta gente. A bomba populacional foi um risco real para o Brasil e sustentou uma infinidade de apostas sombrias. Essa bomba, porém, foi perdendo força a partir dos anos 70, à medida que um número cada vez maior de mulheres escolheu ter menos filhos. Quase 40 anos depois, essa bomba acaba de ser oficialmente desativada. É uma grande notícia para os brasileiros.
A taxa de fecundidade é o fator que mais influencia a taxa de crescimento populacional de um país. Quando essa taxa de fecundidade cai abaixo do patamar de 2,1, a população cresce em ritmo mais lento e, depois de duas ou três décadas, passa a diminuir de tamanho. Todos os países desenvolvidos, em algum ponto de sua trajetória, tiveram quedas expressivas em seus índices de natalidade. A quantidade de filhos que as mulheres dão à luz tem impacto direto na economia e na sociedade de uma nação. São muitas as razões que levam os casais a formar famílias pequenas. A adesão das mulheres à competitividade no trabalho ou na vida acadêmica é certamente uma delas.
As conseqüências econômicas, sociais, culturais e políticas dessa mudança no tamanho da família brasileira só agora começam a ser medidas em toda a sua extensão. Com a taxa de fecundidade na casa de 1,8 filho por mulher, abre-se para o Brasil o que os especialistas chamam de janela de oportunidade demográfica. Nos próximos anos, com a queda gradual no número de nascimentos, o país terá uma proporção maior de pessoas em idade produtiva − entre 15 e 64 anos. A porcentagem de crianças e idosos que demandam mais investimentos do estado e, em tese, não produzem riqueza, será inferior à existente hoje. Com menor necessidade de gastos com escolas e hospitais, entre muitos outros itens relacionados à promoção do bem-estar de crianças e idosos, torna-se mais fácil para o governo fazer investimentos que produzam riqueza e acumular poupança. Isso vale também para os cidadãos, que podem gastar menos com a educação de crianças e com o sustento e a saúde dos mais velhos.
O resultado dessa equação é o aumento da renda per capita, conta que resulta da divisão de toda a riqueza produzida por um país pelo número de seus habitantes. Quando as riquezas se multiplicam e a população se mantém praticamente estável, a economia adquire vitalidade, criam-se mais empregos e todos ficam mais ricos.
(Paula Neiva e Roberta de Abreu Lima. Veja, 30 de julho de
2008, p.94-96, com adaptações)
Cargo: Técnico Judiciário - Área Administrativa
Ano: 2008
Atenção: As questões de números 8 a 15 baseiam-se no texto apresentado abaixo.
Durante muito tempo os brasileiros conviveram com uma ameaça nascida nos boletins dos censos demográficos. O rápido crescimento da população do país, que aumentou dez vezes entre o início e o fim do século XX, apontava para um futuro em que faltariam alimentos, moradia e infra-estrutura para tanta gente. A bomba populacional foi um risco real para o Brasil e sustentou uma infinidade de apostas sombrias. Essa bomba, porém, foi perdendo força a partir dos anos 70, à medida que um número cada vez maior de mulheres escolheu ter menos filhos. Quase 40 anos depois, essa bomba acaba de ser oficialmente desativada. É uma grande notícia para os brasileiros.
A taxa de fecundidade é o fator que mais influencia a taxa de crescimento populacional de um país. Quando essa taxa de fecundidade cai abaixo do patamar de 2,1, a população cresce em ritmo mais lento e, depois de duas ou três décadas, passa a diminuir de tamanho. Todos os países desenvolvidos, em algum ponto de sua trajetória, tiveram quedas expressivas em seus índices de natalidade. A quantidade de filhos que as mulheres dão à luz tem impacto direto na economia e na sociedade de uma nação. São muitas as razões que levam os casais a formar famílias pequenas. A adesão das mulheres à competitividade no trabalho ou na vida acadêmica é certamente uma delas.
As conseqüências econômicas, sociais, culturais e políticas dessa mudança no tamanho da família brasileira só agora começam a ser medidas em toda a sua extensão. Com a taxa de fecundidade na casa de 1,8 filho por mulher, abre-se para o Brasil o que os especialistas chamam de janela de oportunidade demográfica. Nos próximos anos, com a queda gradual no número de nascimentos, o país terá uma proporção maior de pessoas em idade produtiva − entre 15 e 64 anos. A porcentagem de crianças e idosos que demandam mais investimentos do estado e, em tese, não produzem riqueza, será inferior à existente hoje. Com menor necessidade de gastos com escolas e hospitais, entre muitos outros itens relacionados à promoção do bem-estar de crianças e idosos, torna-se mais fácil para o governo fazer investimentos que produzam riqueza e acumular poupança. Isso vale também para os cidadãos, que podem gastar menos com a educação de crianças e com o sustento e a saúde dos mais velhos.
O resultado dessa equação é o aumento da renda per capita, conta que resulta da divisão de toda a riqueza produzida por um país pelo número de seus habitantes. Quando as riquezas se multiplicam e a população se mantém praticamente estável, a economia adquire vitalidade, criam-se mais empregos e todos ficam mais ricos.
(Paula Neiva e Roberta de Abreu Lima. Veja, 30 de julho de
2008, p.94-96, com adaptações)
Cargo: Técnico Judiciário - Área Administrativa
Ano: 2008
Atenção: As questões de números 1 a 7 baseiam-se no texto apresentado abaixo.
O Brasil está começando a colher a maior safra de cana-de-açúcar da sua história. Os preços do etanol e do açúcar se encontram em níveis bastante baixos − 85% do etanol brasileiro é consumido no mercado interno, principalmente pelos veículos flex, que já respondem por 90% das vendas de carros novos. Os benefícios do crescimento do setor são inquestionáveis: geração de 1 milhão de empregos, investimentos de 30 bilhões de dólares até 2012, perspectivas de co-gerar o equivalente a uma Itaipu e meia em bioeletricidade a partir do bagaço e da palha disponíveis e movimentação de uma pujante indústria nacional de máquinas e equipamentos.
Comparado com a gasolina, o etanol reduz em mais de 80% a emissão de gases do efeito estufa. Trata-se da mais bem-sucedida experiência comercial em combustíveis para mitigar o problema do aquecimento global. Com apenas um por cento da área agricultável do País, o etanol substituiu metade das necessidades brasileiras de combustíveis para veículos leves, superando o consumo de gasolina!
Só que de um ano para cá o etanol vive sob intenso ataque, por conta da decisão dos países ricos de substituir uma pequena parte de seu petróleo por biocombustíveis. Estados Unidos e União Européia pretendem fazer isso com milho (EUA), trigo e beterraba (União Européia) e celulose (ambos). Poderosos interesses vêm sendo afetados por essa decisão, principalmente nas indústrias alimentícias e do petróleo e se multiplicam acusações levianas e trabalhos sem base científica. Acusam-se os biocombustíveis de aumentar o preço dos alimentos, esquecendo os impactos do rápido crescimento da renda per capita nos países emergentes e do aumento do petróleo nos custos agrícolas. Renascem previsões que antevêem a falta de alimentos, a inflação e a fome. O exemplo brasileiro, porém, prova que, com as tecnologias hoje disponíveis, mais de uma centena de países tropicais poderiam produzir biocombustíveis de forma eficiente e sustentável, sem afetar a produção de alimentos, bebidas, rações e fibras.
(Marcos Sawaya Jank. O Estado de S. Paulo, A2, 18 de abril
de 2008, com adaptações)
Cargo: Técnico Judiciário - Área Administrativa
Ano: 2008
Atenção: As questões de números 1 a 7 baseiam-se no texto apresentado abaixo.
O Brasil está começando a colher a maior safra de cana-de-açúcar da sua história. Os preços do etanol e do açúcar se encontram em níveis bastante baixos − 85% do etanol brasileiro é consumido no mercado interno, principalmente pelos veículos flex, que já respondem por 90% das vendas de carros novos. Os benefícios do crescimento do setor são inquestionáveis: geração de 1 milhão de empregos, investimentos de 30 bilhões de dólares até 2012, perspectivas de co-gerar o equivalente a uma Itaipu e meia em bioeletricidade a partir do bagaço e da palha disponíveis e movimentação de uma pujante indústria nacional de máquinas e equipamentos.
Comparado com a gasolina, o etanol reduz em mais de 80% a emissão de gases do efeito estufa. Trata-se da mais bem-sucedida experiência comercial em combustíveis para mitigar o problema do aquecimento global. Com apenas um por cento da área agricultável do País, o etanol substituiu metade das necessidades brasileiras de combustíveis para veículos leves, superando o consumo de gasolina!
Só que de um ano para cá o etanol vive sob intenso ataque, por conta da decisão dos países ricos de substituir uma pequena parte de seu petróleo por biocombustíveis. Estados Unidos e União Européia pretendem fazer isso com milho (EUA), trigo e beterraba (União Européia) e celulose (ambos). Poderosos interesses vêm sendo afetados por essa decisão, principalmente nas indústrias alimentícias e do petróleo e se multiplicam acusações levianas e trabalhos sem base científica. Acusam-se os biocombustíveis de aumentar o preço dos alimentos, esquecendo os impactos do rápido crescimento da renda per capita nos países emergentes e do aumento do petróleo nos custos agrícolas. Renascem previsões que antevêem a falta de alimentos, a inflação e a fome. O exemplo brasileiro, porém, prova que, com as tecnologias hoje disponíveis, mais de uma centena de países tropicais poderiam produzir biocombustíveis de forma eficiente e sustentável, sem afetar a produção de alimentos, bebidas, rações e fibras.
(Marcos Sawaya Jank. O Estado de S. Paulo, A2, 18 de abril
de 2008, com adaptações)