limpar filtros
Questões por página:
Figura como tendência recorrente aos especialistas em conflitos de classe a percepção de que, nos marcos das sociedades contemporâneas, a dimensão econômica, outrora essencial, constitutiva, e dinamizadora das lutas classistas, vem sendo suplantada por uma outra, a qual, embora nem sempre se manifeste de modo explícito, pode ser claramente percebida. Recentemente, Klaus Eder, em uma importante apreciação sistemática da questão, expressou sua aquiescência a tal imperativo, ecoando uma espécie de consenso acerca de referido tópico. Diz ele: “a classe e a ação coletiva podem ser analisadas através de uma perspectiva reconstrutivista. A conexão entre elas nos forçou a introduzir um nível mediador de análise...” Esse nível é a:
“Uma relação social fechada para fora ou cujo regulamento limita a participação quando a observação de sua ordem está garantida pelo comportamento de determinadas pessoas, destinado particularmente a esse propósito: de um dirigente e, eventualmente, um quadro administrativo que, dado o caso, tem também, em condições normais, o poder de representação”. A definição acima, delineada por Max Weber,2009, corresponde exatamente ao conceito de:
O sociólogo italiano Alberto Melucci, ao refletir sobre a importância da questão ambiental para as sociedades contemporâneas, nota que “os problemas do ambiente interferem nos indivíduos como tais, e não enquanto pertencentes a um grupo, a uma classe, a um estado. Esse tipo de pertencimento constituiu, na época moderna, a base para os interesses e a solidariedade”. Partindo dessa preocupação, cabe dizer que o aspecto transversal, que atravessa todas as dimensões da existência atual, e que, por sua vez, consiste naquilo que deveria precipitar ao engajamento todo e qualquer sujeito social é a(o):
Marx inicia sua grande crítica do sistema capitalista pela análise da mercadoria. Tal atitude deve-se ao fato de a mercadoria desempenhar um lugar central na constituição desse sistema. À mercadoria cabe satisfazer às necessidades tanto do estômago quanto as da fantasia. Esse primado lógico que Marx lhe confere é devido ao fato de ela, no âmago das sociedades modernas, desempenhar o papel de unidade fundamental de expressão da(o):
Jean Baudrillard, em um de seus trabalhos seminais, vale-se da seguinte descrição para expressar um dos mais significativos vetores balizadores da atual dinâmica cultural contemporânea. Segundo ele, “chegamos ao ponto em que” esse aludido aspecto “invade toda a vida, em que todas as atividades se encadeiam do mesmo modo combinatório, em que o canal das satisfações encontra previamente traçado, hora a hora, em que o 'envolvimento' é total, inteiramente climatizado, organizado, culturalizado”. A característica da sociabilidade contemporânea listada a seguir, a qual desempenha tal papel de vetor incontornável, correspondendo plenamente à descrição acima é a(o):