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“O cidadão era um cara, na época dos meus pais, muito bom de grana. É verdade. O cidadão era o chique, era o rico. Ele era o dono do comércio, o dono de uma firma... O trabalhador não era cidadão não. Isso não existia. O trabalhador era um peão. Peão, peão, peão toda a vida. Meu pai veio para São Paulo como um simples agricultor e morreu como um servente de obra. Mas ele cumpriu suas obrigações, cumpriu todos os seus deveres. E, quando ia a algum lugar e precisava de algum direito, ninguém tratava como cidadão. Eles tratavam como um marginal, como se fosse um lixo. Eu vi isso e vivi isso também. A injustiça me deixava com muita raiva”. [morador da periferia de São Paulo, falando sobre seu pai e a cidadania no Brasil entre os anos de 1930 a 1970].
HOLSTON, James. Cidadania insurgente: disjunções da democracia e da modernidade no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras,2013.
Considerando a narrativa sobre a cidadania, avalie as seguintes afirmações:
I. A cidadania, no Brasil, é um fenômeno que percorre a formação de uma república democrática e evidencia a dignidade do trabalhador como sujeito de direito.
II. O trabalhador brasileiro nem sempre encontrou reconhecimento social e garantias que retratam a sua dignidade como sujeito de direito.
III. Historicamente, o reconhecimento do trabalhador como cidadão, no Brasil, funciona como meio de demarcar as pessoas que são dignas ou não de ter acesso a direitos.
É correto o que se afirma em
“Em sua expressão social, a ideologia da mestiçagem é aristocrática, romantiza as desigualdades, banalizando-as. Não há, contudo, uma justificativa moral para as desigualdades que esteja apoiada na crença em alguma hierarquia natural/biológica entre os diferentes membros da nação, como se se acreditasse que os miseráveis fossem feitos de um “barro diferente”, conforme a imagem de Souza (2000). Para que se transforme numa questão moral, a igualdade social precisa ser politicamente construída e individualmente internalizada como um valor, o que simplesmente não se deu na história brasileira. A justiça social não é um bem natural, é um valor político que determinada sociedade pode construir – ou não”.
COSTA, Sérgio. A construção sociológica da raça no Brasil. Estudos afro-asiáticos, v.24, n.1, p.35-61,2002.
A partir da análise do texto de Sérgio Costa a respeito da ideologia da mestiçagem, avalie as seguintes afirmações:
I. O conceito de mestiçagem possibilita a criação de parâmetros analíticos para se refletir a respeito da heterogeneidade dos grupos que constituem a sociedade brasileira.
II. Os problemas raciais que possibilitam o fenômeno da desigualdade social envolvem o caráter cultural de uma sociedade que enfrenta dificuldades quanto a sua identidade.
III. Os valores de uma sociedade constituída por múltiplas etnias e diferenças são elaborados no contexto de suas lutas políticas e históricas.
É correto o que se afirma somente em
“Pensar as redes de serviços exige, nas palavras de Telma Maria Gonçalves Menicucci, “colocar o foco sobre o cidadão tomando sua integralidade”. Aplicado aos casos de violência doméstica e familiar significa que o foco deve ser direcionado às mulheres, mas significa também superar uma visão fragmentada e tradicional de atendimento, problematizando o significado de denominações tais como “usuárias”, “pacientes”, “vítimas”, “assistidas”, empregadas pelas/os diferentes profissionais e setores ao se referirem ao seu público-usuário, devendo, na lógica da rede e do planejamento intersetorial, considerar essas mulheres como sujeitos políticos e capazes de transformar a situação em que se encontram a partir do acesso aos direitos que são universais, inalienáveis e indivisíveis”.
PASINATO, Wânia. Oito anos de lei Maria da Penha. Entre avanços, obstáculos e desafios. Revista Estudos Feministas, v.23, n.2, p.533-545,2015.
Considerando o texto de Wânia Pasinato, avalie as asserções a seguir e a relação entre elas.
I. Garantir a cidadania de mulheres em situação de violência exige o reconhecimento de que elas são vítimas inábeis para atuar contra situações de violação de direitos impostas por homens.
PORQUE
II. O Estado precisa oferecer condições adequadas para que mulheres em situação de violência sejam atendidas como cidadãs de direito capazes fazer sua própria história.
A respeito dessas asserções, é correto afirmar que
“Os argumentos para a inclusão da sociologia são os mais variados, mas dependem muito das concepções dominantes sobre educação, sociedade, estado e ensino. Pode-se observar que dessas concepções depreendem-se modelos de currículos muito distintos ao longo da história e o papel da sociologia vai se alterando no interior desses modelos em disputa”.
SILVA, Ileizi Fiorelli. A sociologia no ensino médio: os desafios institucionais e epistemológicos para a consolidação da disciplina. Revista Cronos, v.8, n.2,2012.
Considerando o problema da inserção da Sociologia nos currículos de ensino médio brasileiro, relacione, corretamente, as maneiras de funcionamento dos conteúdos de Sociologia aos tipos de currículo implementados no Brasil, numerando a Coluna II de acordo som a Coluna I.
Coluna I 1. Disciplina para aspirantes ao ensino superior.2. Conteúdos variados em outras disciplinas e módulos.3. Disciplina científica.4. Conteúdos diluídos em disciplinas de estudos sociais, moral e cívica e OSPB.
Coluna II ( ) Currículo Clássico Científico ( ) Currículo Regionalizado Tecnicista ( ) Currículo Regionalizado Competências ( ) Currículo Científico
A sequência correta, de cima para baixo, é:
“Pesquisar e discutir o trabalho na sociedade contemporânea permanece uma tarefa essencial para os cientistas sociais preocupados em compreender a mudança social. Os novos usos, a complexificação da divisão do trabalho, a flexibilização das atividades produtivas, não reduziram a sua importância como fator essencial de manutenção do sistema capitalista e em diferentes contextos, o trabalho mantém seu caráter formador de identidades de classe. Por outro lado, os efeitos da introdução de novas tecnologias empresariais e a imposição da flexibilidade como um novo padrão nas relações capital/trabalho colocaram em xeque e enfraqueceram a resistência dos trabalhadores e sindicatos ao uso continuado de práticas de emprego precário de desprotegido de regulação legal. No entanto, novas pautas foram introduzidas e questões relativas a formas de ação coletiva e de articulação institucional e política para assuntos relativos ao trabalho em territórios produtivos se tornaram parte importante das novas estratégias das instituições de representação dos trabalhadores”.
RAMALHO, José Ricardo. Trabalho e os desafios da pesquisa sociológica. Revista Brasileira de Sociologia, vol.01, n.01, jan/jul 2013.
Considerando o que se afirma no texto, assinale a afirmação verdadeira.