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Em relação à questão de uma ruptura revolucionária [de 1930], a problemática das relações Estado-sociedade configura-se como eixo de análises a partir da influência interdisciplinar. Destaca-se como fundamental a análise de Francisco Weffort sobre o “Estado de compromisso”.
[Vavy Pacheco Borges, Anos trinta e política: história e historiografia. Em: Marcos Cezar de Freitas (org.). Historiografia brasileira em perspectiva,1998]

“Estado de compromisso” pode ser conceituado como
[...] a produção historiográfica sobre o período colonial não conheceu, durante a década de 60, obras particularmente significativas no tocante às abordagens de história da cultura.
[Laura de Mello e Souza, Aspectos da historiografia da cultura sobre o Brasil Colonial. Em: Marcos Cezar de Freitas (org.). Historiografia brasileira em perspectiva,1998]

Para Laura de Mello e Souza, tal ocorrência pode ter relação com
A transição democrática iniciara com o reconhecimento da legitimidade do conflito. Com o transcurso da transição, a política teria passado a ser percebida como experiência eminentemente conflituosa, aberta, avessa a determinismos, sem espaço para sujeitos oniscientes ou verdades inelutáveis. Seria agora extemporâneo cogitar eliminar o conflito em nome de metas supostamente consensuais como estabilidade econômica ou reforma do Estado. [...] O governo Fernando Collor de Mello viria pôr à prova esse entendimento.

[Tarcísio Costa, Os anos noventa: o ocaso da política e a sacralização do mercado. Em Carlos Guilherme Mota (org). A experiência brasileira. A grande transação.]

O governo Collor, segundo o autor do artigo,

O interregno confuso de João Goulart seria apenas o prenúncio do golpe, que viria em 1964, pois a tentativa do Plano Trienal fracassou, tanto quanto seu governo agravou muitíssimo o terror das elites a quaisquer melhorias no campo social, propagandeadas como “ameaças comunistas” ou, como se alegou na época, como risco de instauração de uma “República sindicalista”, pois Jango apelou bastante para o viés “populista”.

[Carlos Fico, O Brasil no contexto da Guerra Fria: democracia, subdesenvolvimento e ideologia do planejamento (1946-1964). Em Carlos Guilherme Mota (org). A experiência brasileira. A grande transação. Adaptado]
O Plano Trienal
Leia um discurso de Oswaldo Aranha.
A Revolução de Outubro articulou-se conosco, venceu com o nosso sangue, revigorou-se com o nosso idealismo, armou-se com a força dos nossos estados, mas ela nem nasceu da Aliança Liberal, nem do heroísmo de Copacabana, nem da audácia dos cruzadores do nosso sertão. Ela não é militar, nem civil: é ela mesma. Não tem dono, nem senhores, nem chefes. [...] Suas origens são longínquas e obscuras, vêm do passado que violou as leis econômicas e as sociais, e os seus destinos perdem- -se num futuro, cujo mistério ultrapassa o estado atual dos nossos conhecimentos.
[Apud Vavy Pacheco Borges. Em Marcos Cezar de Freitas (org.). Historiografia brasileira em perspectiva]
Oswaldo Aranha trata