Filtrar


Questões por página:
O populismo, fenômeno amplamente analisado por sociólogos, cientistas políticos e economistas, mereceu, nos últimos anos, a atenção dos historiadores brasileiros. Especial interesse foi demonstrado pelo estudo do varguismo, sobretudo o denominado “primeiro período” – anos 30 e o Estado Novo. O objetivo deste texto é refletir sobre as razões que levaram os historiadores a se debruçarem sobre essa fase da história do Brasil, explorando temas relacionados ao Estado Novo e os resultados mais significativos das pesquisas realizadas sobre o assunto a partir de 1980. Tais estudos têm inclusive possibilitando uma revisão de tipo conceitual sobre a experiência estadonovista. (Maria Helena Rolim Capelato, Estado Novo: novas histórias. Em: Marcos Cezar de Freitas (org.). Historiografia brasileira em perspectiva)
“Sobre as razões que levaram os historiadores a se debruçarem sobre essa fase da história do Brasil”, Capelato aponta que

Observe a imagem e o texto. O excerto é de um livro didático publicado em 1945. A imagem, Leitura da sentença, de Eduardo de Sá,1921, ilustra o livro didático.

 

Mas, dentre todos, destacava-se, nobre, impávido, admirável em seu generoso desprendimento, sacrificando-se pelos companheiros que desanimavam, o grande Tiradentes, que procurava atrair sobre si a maior culpa da malograda conjura. [...] A 19 de abril de 1792 foi lida a sentença aos conjurados. Eram condenados à morte os doze principais chefes e, os outros, a degredo perpétuo ou temporário. No dia seguinte, porém, nova sentença comutava em degredo a pena de morte, exceto para Tiradentes, que deveria sofrê-la... A lição, duríssima e monstruosa, devia, em sua crueldade, mostrar aos brasileiros do vice-reino o perigo da rebeldia. Não o conseguiu. Teve o infalível destino contraproducente de todas as injustiças e violências; serviu para que, na terra pátria, regada com o sangue do mártir, mais depressa vicejasse a árvore da liberdade.

(Joaquim da Silva. História do Brasil para o terceiro ginasial. Apud Thais N. de L. e Fonseca. “Ver para compreender”: arte, livro didático e a história da nação. Em: Lana M. de C. Simam e Thais N. de L. Fonseca (orgs.). Inaugurando a História e construindo a nação. Discursos e imagens no ensino de História)

 

O conjunto formado pelo texto didático e a imagem

“Salve o navegante negro, que tem por monumento as pedras pisadas no cais”. Assim diz o trecho da canção Mestre-sala dos mares, de João Bosco e Aldir Blanc, que evoca à memória um dos movimentos populares encetados pelos marinheiros contra os maus-tratos a que eram submetidos pela Marinha e que passou à História como Revolta da Chibata, ocorrida em 1910. (Ricardo Oriá, Memória e ensino de História. Em: Circe Bittencourt (org.). O saber histórico na sala de aula)
A partir do excerto, é correto afirmar que
A História como área escolar obrigatória surgiu com a criação do Colégio Pedro II, em 1837, dentro de um programa inspirado no modelo francês. Predominavam os estudos literários voltados para um ensino clássico e humanístico e destinados à formação de cidadãos proprietários e escravistas.
[...] O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), criado no mesmo ano do Colégio Pedro II, produziu uma série de trabalhos que gerou consequências para o ensino da História nacional. Seus membros lecionavam no colégio e foram responsáveis pela formulação dos programas, elaboração de manuais e orientação do conteúdo a ser ensinado nas escolas públicas. Nas escolas confessionais, mantinha-se o ensino da História Universal e da História Sagrada. (Parâmetros Curriculares Nacionais. Vol. História)
A primeira proposta de História do Brasil elaborada pelo IHGB
João José Reis (In: Viagem Incompleta) identifica que as formas de resistência coletiva à escravidão eram