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“É marcante a diferença de evolução política nas Américas portuguesa e espanhola durante o século XIX. O primeiro aspecto que chama atenção é a manutenção da unidade política em um caso e a fragmentação territorial em outro. [...] No início do século XIX a colônia espanhola dividia-se administrativamente em quatro vice-reinados e quatro capitanias-gerais que no meio do século se tinham transformado em 17 países independentes. Em contraste, as 18 capitanias-gerais da colônia portuguesa, existentes em 1820 (excluída a Cisplatina), formavam, já em 1825, vencida a Confederação do Equador, um único país independente. Outra diferença significativa diz respeito ao regime de governo adotado nos países independentes: republicano nas ex-colônias espanholas, monárquico no Brasil.”
(GRINBERG, Keila; SALLES, Ricardo. O Brasil Imperial, volume 1: 1808-1831. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,2009. p.311.)

A partir da reflexão sobre o processo de independência e a formação do Império Brasileiro, assinale a opção correta.
“Ao ataque de lança ou golpes de facão, foram os expropriados os que realmente combateram, quando despontava o século XIX, contra o poder espanhol nos campos da América Latina. A independência não os recompensou: traiu as esperanças dos que tinham derramado seu sangue. Quando a paz chegou, com ela se reabriu uma época de cotidianas desditas. Os donos da terra e os grandes mercadores aumentaram suas fortunas, enquanto se ampliava a pobreza das massas populares oprimidas. [...] As burguesias destas terras nasceram como simples instrumentos do capitalismo internacional, prósperas peças da engrenagem mundial que sangrava as colônias e semicolônias. Os burgueses de vitrina, agiotas e comerciantes, que açambarcaram o poder político, não tinham o menor interesse em impulsionar a ascensão das manufaturas locais, já mortas ao nascer quando o livrecambismo abriu as portas à avalanche de mercadorias britânicas. [...] Frustração econômica, frustração social, frustração nacional: uma história de traições sucedeu à independência.”
(GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1987, pp.128-129.)

A partir do texto do escritor uruguaio Eduardo Galeano (1940-2015), que analisa as consequências das independências na América Latina, considere os efeitos políticos, econômicos e sociais nas novas repúblicas, e assinale a afirmativa que corresponde corretamente ao impacto da independência na formação dessas novas nações.
“Hans Staden nasceu em Homberg, na província prussiana de Hesse-Nassau, por volta de 1520. Participou como artilheiro de duas viagens ao Brasil. A primeira iniciou-se em Kampen, na Holanda, em 29 de março de 1547, e se dirigiu para Lisboa. Staden atravessou o Atlântico no navio comandado pelo capitão Penteado, participou de batalhas contra os franceses em Pernambuco, voltando a Lisboa em 8 de outubro de 1548. A segunda viagem iniciou-se dois anos depois, rumo ao Rio da Prata, região onde se supunha haver ouro. Embarcado em navio espanhol, Staden naufragou junto com a tripulação no litoral de Itanhaém, São Vicente.”
(VAINFAS, Ronaldo (Org.). Dicionário do Brasil colonial (1500- 1808). Rio de Janeiro: Objetiva,2001. p.278.)

A biografia do aventureiro alemão Hans Staden (1525-1576) contribui para a compreensão das dinâmicas internas do Brasil Colonial, marcadas pelo envolvimento, confronto e alianças estratégicas entre povos indígenas e invasores europeus. Considerando esse contexto, assinale o item que apresenta corretamente essas dinâmicas de disputa.
A independência do Brasil em relação a Portugal não foi um processo pacífico, sendo marcada por conflitos armados em diversas províncias. Para consolidar o novo império, tropas leais a Dom Pedro I enfrentaram resistência de forças portuguesas e locais que rejeitavam a separação. Nesse contexto, várias batalhas ocorreram, desempenhando papel fundamental no desfecho da independência.
Analise as afirmativas a seguir e assinale a que corresponde corretamente a uma das guerras de independência do Brasil.
“A história da origem [...] dos primeiros Estados territoriais europeus [...] ocorreu na Europa entre os séculos XV e XVIII: a chamada era mercantilista, ou [...], parcialmente, manufatureira. [...] Três séculos de luta intra-europeia e de competição colonial. Mas foi também o período em que se consolidou, na paz e na guerra, a tormentosa aliança entre os príncipes e os detentores do capital, ao mesmo tempo que avançavam [...] os projetos de criação de ‘sistemas econômicos endógenos’. [...] Aqui se pode reconhecer uma ruptura, que ocorre entre o final do século XVIII e a primeira metade do século XIX, quando se alteram a natureza e a hierarquia do núcleo político responsável pela administração de uma ‘economia-mundo’ capitalista, que passa a nos incluir na forma de uma economia periférica [...]. As regras básicas de relacionamento entre os Estados territoriais — e destes com o processo de expansão dos mercados e dos capitais privados — permaneceram e se prolongaram através dos séculos seguintes. [...] Importante, não apenas porque introduziu o território brasileiro no ‘sistema colonial’ português e, a partir daí, nos conflitos geopolíticos e econômicos europeus, mas também porque contém algumas lições decisivas sobre os processos originários de formação dos Estados e dos sistemas econômicos territoriais que lograram se autodeterminar [...].”
(TAVARES, Maria da Conceição (Org.) Celso Furtado e o Brasil. São Paulo: Fundação Perseu Abramo,2000. p.38.)

Com base no texto da economista política luso-brasileira Maria da Conceição Tavares (1930-2024), analise as afirmativas a seguir sobre a história da economia colonial brasileira e sua inserção no sistema global e mercantilista europeu e assinale a correta.