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Então a luz da lua se estendeu sobre todos, as estrelas brilharam ainda mais no céu, o mar ficou de todo manso (talvez que Iemanjá tivesse vindo também ouvir a música) e a cidade era como que um grande carrossel onde giravam em invisíveis cavalos os Capitães da Areia. Neste momento de música eles sentiram-se donos da cidade. E amaram-se uns aos outros, se sentiram irmãos porque eram todos eles sem carinho e sem conforto e agora tinham o carinho e o conforto da música.
AMADO, Jorge. Capitães da areia. São Paulo: Companhia das Letras,2009.

Considerando os elementos estruturais do parágrafo, dadas as afirmativas acerca da coesão e coerência textuais,
I. Em: “Então a luz da lua se estendeu sobre todos, as estrelas brilharam ainda mais no céu, o mar ficou de todo vocábulos em destaque são hiperônimos de “céu”.
II. Em: “onde giravam em invisíveis cavalos os Capitães da Areia”, o pronome destacado retoma a expressão antecedente “cidade”. Trata-se de uma referência anafórica.
III. As palavras destacadas em: “ o mar ficou de todo manso (talvez que Iemanjá tivesse vindo também ouvir a música)” funcionam como operadores argumentativos, os quais contêm noções semânticas de dúvida e de inclusão, respectivamente.

verifica-se que está/ão correta/s

O que o desgraçou por toda a vida foi a felicidade que o acompanhou durante um mês ou dois. Coisa estranha: sem nenhuma preparação, um tipo se aventura, anda para bem dizer de olhos fechados, comete erros, entra nas casas sem examinar os arredores, pisa como se estivesse na rua – e tudo corre bem. Pisa como se estivesse na rua. É aí que principia a dificuldade. Convém saber mexer-se rapidamente e sem rumor, como um gato: o corpo não pesa, ondula, parece querer voar, mal se firma nas pernas, que adquirem elasticidade de borracha. Se não fosse assim, as juntas estalariam a cada instante, o homem gastaria uma eternidade para deslocar-se, o trabalho se to impossível.
No começo usam sapatos de corda – e ninguém desconfia delas: conseguem não dar nas vistas, porque são como toda a gente. Nenhum polícia iria acompanhá-las. Se não batessem nos móveis e não dirigissem a luz para os olhos das pessoas adormecidas, não cairiam na prisão, onde ganham os modos necessários ao ofício. Aí apuram o ouvido e habituam deslizar.
RAMOS, Graciliano. Insônia.18. ed. São Paulo: Record,1982.
Da narrativa, é correto afirmar que
Andança

Vim, tanta areia andei Da Lua cheia, eu sei Uma saudade imensa

Vagando em verso, eu vim Vestido de cetim Na mão direita, rosas Vou levar

Olha a Lua mansa a se derramar (me leva, amor) Ao luar descansa, meu caminhar (amor) Meu olhar em festa se fez feliz (me leva, amor) Lembrando a seresta que um dia eu fiz (Por onde for, quero ser seu par) [...]
Disponível em: <https://www.letras.mus.br/beth-carvalho/44505/>. Acesso em: 01 mar.2023.

Dadas as afirmativas a respeito das figuras de linguagem na letra da canção,

I. Na primeira estrofe da letra da canção, é possível perceber a figura “assonância” que estabelece efeitos sonoros por meio de repetição de sons vocálicos.
II. Na segunda estrofe, além da figura “aliteração”, o texto poético também apresenta a figura de linguagem “hipérbato”.
III. No verso: “Olha a Lua mansa a se derramar (me leva, amor)”, início da terceira estrofe, há a figura “apóstrofe”.

verifica-se que está/ão correta/s

Quinzinho

[...] Vais a enterrar, Quinzinho, vais quieto como nunca foste. Despedaçado pela máquina, Quinzinho, pela máquina que tu amavas, que tu tratavas com amor, desenhando as curvas sensuais das rodas, o alongamento harmonioso das correias sem-fim.
[...]
Operário não pode sonhar, Quinzinho, não pode. A vida não é para sonhos. Tudo realidades vivas, cruéis. A luta com a vida.
[...]
A tua mãe já não chora, Quinzinho, não chora porque é forte, já viu morrer outros filhos. Nenhum morreu como tu. Despedaçado pela máquina que te escraviza e que tu amavas. Eu também aqui no meio dos teus amigos. Mas não vou triste. Não. Porque uma morte como a tua constrói liberdades futuras. E haverá outros a quem as máquinas não despedaçarão, pois as máquinas serão escravas deles, que as hão-de idealizar, construir.
VIEIRA, Luandino. Quinzinho. In: A cidade e a infância. São Paulo: Companhia das Letras,2007. p.87-88. (Fragmento).

A respeito das observações do narrador do texto, dadas as afirmativas,

I. As observações do narrador revelam o olhar crítico para uma realidade que explora o trabalhador: Quinzinho, o operário que amava as máquinas morre despedaçado por uma delas, uma grande ironia.
II. A morte do personagem Quinzinho tem caráter simbólico por representar uma luta a ser travada, conforme se comprova em: “uma morte como a tua constrói liberdades futuras”.
III. Com a morte do amigo, o narrador reafirma a incredulidade em um futuro potencialmente melhor.
IV. O narrador do texto adverte que “A vida não é para sonhos”, o que importa é a “luta com a vida”.

verifica-se que está/ão correta/s
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Assinale a opção que apresenta uma proposta de reescrita que preserva a correção gramatical e o sentido do seguinte trecho primeiro parágrafo do texto CGIAl-I: "(o último diz a tradição que foi em 1851)".