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Em um celebrado artigo, publicado nos Anais da Conferência Anual do Banco Mundial, de 1992, Paul Krugman denomina “teoria avançada de desenvolvimento” (high development theory) os modelos teóricos formulados pelo desenvolvimentismo clássico, entre as décadas de 1940 e 1950, notadamente os modelos de Paul Rosenstein-Rodan, William Arthur Lewis e Albert Hirschman. Em alusão aos modelos de Rosenstein-Rodan, Lewis e Hirschman, salienta Krugman:

Durante as décadas de 1940 e 1950, surgiu um conjunto distinto de ideias na economia do desenvolvimento, o qual enfatizava a importância dos retornos crescentes de escala e das economias externas pecuniárias, resultantes dos efeitos do tamanho do mercado [...]. A teoria avançada do desenvolvimento (ou seja, o desenvolvimentismo clássico) tinha uma preocupação central com a diferença entre os setores modernos, que se presumiam caracterizados por economias de escala, e os setores tradicionais, que não detinham tais requisitos. Mesmo dentro do setor moderno, o conceito de encadeamento implicava uma busca por indústrias-chave.

KRUGMAN, P.R. Toward a Counter-Counterrevolution in Development Theory. Proceedings of the World Bank Annual Conference on Development, 1992. In: SUMMERS, L. H; SHAH, S. (ed.). Supplement to the World Bank Economic Review and The World Bank Research Observer. Washington, DC: The World Bank,1992. p.15 e 31. Adaptado.


Apesar das diferenças metodológicas, as teorias de Rosenstein-Rodan, Lewis e Hirschman contêm, também, aspectos comuns, com respeito à análise das forças capazes de promover a convergência relativa (catching up) dos reduzidos níveis de renda per capita e padrões de bem-estar, que caracterizam os países atrasados, para os elevados níveis médios de renda per capita e alto padrão de vida dos países desenvolvidos.

O aspecto comum aos modelos teóricos de Rosenstein-Rodan, Lewis e Hirschman é a concepção do desenvolvimento como um processo

Se entre 1980 e 2022 a taxa de variação média anual do PIB real no Brasil foi de apenas 2,2%, no período 2004-2010, que abrange, praticamente, os dois mandatos do Governo Lula da Silva (2003-2010), essa taxa acelerou para, aproximadamente,4,4% a.a., caracterizando notável exceção à regra de baixo crescimento das últimas quatro décadas. A economista Laura Carvalho, em seu livro “Valsa Brasileira: do Boom ao Caos Econômico”, publicado em 2018, cunhou o curto período de maior expansão entre 2004 e 2010 de miniboom.


Embora esse ciclo de expansão não se tenha sustentado posteriormente, os seguintes fatores contribuíram para o miniboom da economia brasileira entre 2004 e 2010, EXCETO a(o)

Na atualidade, a economia brasileira funciona sob o regime de câmbio flutuante e com elevada mobilidade (embora imperfeita) de capitais. Admita, então, que sejam válidas as hipóteses inerentes ao modelo de Mundell-Fleming (modelo IS-LM-BP) e que a economia se encontre em uma situação de equilíbrio inicial. Considere, adicionalmente, que o governo brasileiro adote uma política fiscal bastante expansionista, caracterizada pelo incremento de investimentos públicos.


De acordo com o modelo de Mundell-Fleming, os efeitos finais, decorrentes da referida política fiscal expansionista, sobre a taxa de juros, a taxa de câmbio Real/Dólar (R$/ US$) e a renda agregada no país, comparativamente à situação prevalecente no equilíbrio inicial, serão, respectivamente, os seguintes:

Nas últimas décadas, a maioria dos Bancos Centrais abandonou a execução da política monetária de forma discricionária e passou a manejá-la através de regras estritas de fixação da taxa de juros nominal básica de curto prazo (denominada policy rate). A equação seguinte expressa a regra de Taylor, a mais conhecida regra de política monetária, utilizada por diversos Bancos Centrais que perseguem metas de inflação, explícitas ou implícitas, na atualidade:

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em que

i é a taxa de juros nominal básica de curto prazo, fixada pelo Banco Central;

r* é a taxa de juros real neutra;

π é a taxa de inflação efetivamente observada;

π* é a meta de inflação;

Y é o PIB real efetivo;

Y* é o PIB real potencial (de pleno-emprego);

α e β são os pesos concedidos pela autoridade monetária aos objetivos de alcançar a meta de inflação e de atingir o pleno-emprego, respectivamente;

e os subscritos t são o período de tempo (anual).


Considere um Banco Central que maneje a política monetária, de acordo, estritamente, com a regra de Taylor, conferindo pesos iguais aos objetivos de manter a estabilidade de preços e de atingir o pleno-emprego, ou seja, α e β = 0,5. Admita, adicionalmente, que, ao decidir fixar a taxa de juros nominal básica de curto prazo i, o Conselho de Política Monetária (Copom) desse Banco Central baseie-se nos seguintes indicadores:


r* = 4%

πt = 6% a.a.

π* = 3% a.a.


Na hipótese de que o hiato do produto seja igual a zero e o Banco Central se oriente pela regra de Taylor, o Copom deverá fixar a taxa nominal básica de juros de curto prazo i, de tal sorte que essa mesma taxa, em termos reais (isto é, a taxa de juros real básica de curto prazo, ex post), seja

No que diz respeito à determinação do produto real e do volume de emprego e aos fatores explicativos das flutuações cíclicas observadas nas economias capitalistas, considere as afirmativas abaixo.


I - De acordo com o modelo clássico, a aceitação da lei de Say e da Teoria Quantitativa da Moeda, de um lado, e a hipótese de rigidez de preços e salários nominais, de outro, levam à conclusão de que as situações de equilíbrio entre oferta e demanda agregadas convergem para o pleno-emprego e para a ausência de qualquer tipo de desemprego voluntário ou involuntário.


II - De acordo com o modelo keynesiano, só é possível haver equilíbrio entre oferta e demanda agregadas nas situações em que a economia funcione sob condições de plena capacidade e de pleno-emprego dos fatores produtivos.


III - De acordo com o modelo novo-clássico, de ciclos econômicos reais, o conjunto de propriedades macroeconômicas micro fundamentadas e a incorporação de pressupostos, tais como a existência de um agente representativo que maximiza utilidades intertemporais, concorrência perfeita em todos os mercados, expectativas racionais, completa flexibilidade de preços e salários e a introdução de choques tecnológicos aleatórios, fazem com que as flutuações cíclicas sejam decorrentes de choques reais do lado da oferta, cujos efeitos se propagam até que a economia retorne a novo estado de equilíbrio.


IV - De acordo com o modelo pós-keynesiano, na abordagem de Hyman Minsky, as flutuações cíclicas observadas refletem fases transitórias de instabilidade, causada pela excessiva desregulação dos mercados financeiros, já que, para o autor, o capitalismo é um sistema caracterizado pela tendência à estabilidade no longo prazo.


Está correto APENAS o que se afirma em