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“Aquela sociedade potosina, enferma de ostentação e desperdício, só deixou na Bolívia a vaga memória de seus esplendores, as ruínas de seus templos e palácios, e oito milhões de cadáveres de índios. [...] Em nossos dias, Potosí é uma pobre cidade da pobre Bolívia: a cidade que mais deu ao mundo e a que menos tem, como me disse uma velha senhora potosina, envolta num quilométrico xale de lã de alpaca, quando conversamos à frente do pátio andaluz de sua casa de dois séculos. Esta cidade condenada à nostalgia, atormentada pela miséria e pelo frio, é ainda uma ferida aberta do sistema colonial na América: uma acusação ainda viva.” (GALEANO, Eduardo.1979. p.44.)
O trecho contundente de Eduardo Galeano, do seu livro “As veias abertas da América Latina”, traz como crítica principal:
Nenhuma região brasileira sentiu mais a chegada da Corte do que o Rio de Janeiro, sede do vice-reino desde 1763, escolhida para ser a capital provisória do Império luso-brasileiro. Para se ter uma ideia, a população cresceu de sessenta mil habitantes em 1808 para cento e doze mil em 1821, quando a família real regressou a Portugal. Suas funções comerciais ampliaram-se, já que o porto do Rio de Janeiro era o principal escoadouro da produção da região centro-sul do Brasil, desde o auge da exploração aurífera no século XVIII. (MALERBA,1999, p.9-10).
De acordo com o trecho acima e considerando a vinda da Corte e as transformações promovidas no Brasil durante o início do Império, assinale a alternativa CORRETA:
Desde 1808 D. João oscilava entre a necessidade de liberalizar a economia, de acordo com as tendências da época e as exigências britânicas, o que o levava a aceitar os princípios do livre-cambismo, e a necessidade de manter numerosas restrições indispensáveis à proteção dos interesses portugueses, o que o levava a tomar disposições nitidamente mercantilistas. Adotar em toda a extensão os princípios do liberalismo econômico significaria destruir as próprias bases sobre as quais se apoiava a Coroa. Manter inato o sistema colonial era impossível nas novas condições. Daí as contradições de sua política econômica. Os inúmeros conflitos decorrentes acentuaram e tornaram mais claras, aos olhos dos colonos e dos agentes da metrópole, as divergências de interesses existentes entre eles, provocando reações opostas: os colonos perceberam as vantagens de ampliar cada vez mais a liberdade, enquanto os metropolitanos convenciam-se da necessidade de restringi-las. A oposição entre os dois grupos manifestar-se-ia claramente quando deputados brasileiros e portugueses de defrontaram nas Cortes portuguesas em 1821. (COSTA,1982, p.13)
De acordo com o trecho acima e considerando a vinda da Família Real para o Brasil e suas consequências, assinale a alternativa CORRETA:
[…] A colônia é vista como prolongamento, alargamento de metrópole (a mãe-pátria), mas é, ao mesmo tempo, a sua negação. Assim, a população da colônia na perspectiva metropolitana é equivalente à da metrópole, porém a metrópole é uma região de onde as pessoas saem (região de emigração) e a colônia é uma região para onde as pessoas vão (de imigração). Falamos de demografia na visão metropolitana porque, evidentemente, a mentalidade dos ameríndios não contemplava esse tipo de preocupação: o que, aliás, aponta a complexidade do fenômeno colonial, que envolvia um confronto de culturas. (NOVAIS,1997, p.20)
De acordo com o trecho acima e considerando a crise do sistema colonial brasileiro, assinale a alternativa CORRETA:
Na antiga capitania de Pernambuco (que incluía seis estados do Nordeste atual) foi colocado em prática um projeto de colonização agrícola, com o plantio de cana de açúcar e montagem dos engenhos. Além disso, foi possível estabelecer acordos no Velho Continente para escoar a produção do açúcar e ao mesmo tempo obter recursos para o financiamento dos engenhos, muitas vezes com cristãos-novos. A capitania também era fonte de tabaco e algodão, produtos tropicais valorizados na Europa (SILVA, 1990).
Quanto à economia no Brasil colonial, considere os itens a seguir:
I- As chamadas drogas do sertão eram especiarias na sua maioria nativas da região amazônica e que se tornariam muito cobiçadas no Velho Continente. Urucum, cravo, canela, pimenta, castanha, noz de pixurim, salsa, gergelim, guaraná, anil e o cacau eram os principais objetos de desejo dos portugueses e, por anos, uma lucrativa fonte de renda.
II- No início da colonização, as lendas acerca dos metais preciosos que poderiam ser encontrados no Novo Mundo fizeram com que a Coroa enviasse grupos de exploradores para adentrarem o território em busca de riquezas.
III- Na antiga capitania de Pernambuco (o mesmo território do Pernambuco atual) foi colocado em prática um projeto de colonização agrícola, com o plantio de cana de açúcar e montagem dos engenhos.
IV- A região de Pernambuco e Bahia estava inserida na economia do sistema atlântico por meio da produção de açúcar e do contato frequente com as embarcações que vinham da África e da Europa.

É CORRETO o que se afirma em: