Filtrar


Questões por página:

[...]

Fico na frente da televisão para aumentar o meu ódio. Quando minha cólera está diminuindo e eu perco a vontade de cobrar o que me devem eu sento na frente da televisão e em pouco meu ódio volta. Quero muito pegar um camarada que faz o anúncio de uísque. Ele está vestidinho, bonitinho, todo sanforizado, abraçado com uma loura reluzente, e joga pedrinhas de gelo num copo e sorri com todos os dentes, os dentes dele são certinhos e são verdadeiros [...]. Agora está ali, sorrindo, e logo beija a loura na boca. Não perde por esperar. [...]

FONSECA, Rubem. In: 64 contos. São Paulo: Cia. das Letras,2004. p.275.


No fragmento textual, encontra-se subentendida uma crítica velada aos meios de comunicação de massa. Qual é essa crítica?

[...]

Operário não pode sonhar, Quinzinho, não pode. A vida não é para sonhos. Tudo realidades vivas, cruéis. A luta com a vida. [...]

A tua mãe já não chora, Quinzinho, não chora porque é forte. Já viu morrer outros filhos. Nenhum morreu como tu. Despedaçado pela máquina que te escravizava e que tu amavas.

Eu também aqui no meio dos teus amigos. Mas não vou triste. Não. Porque uma morte como a tua constrói liberdades futuras. E haverá a quem as máquinas não despedaçarão, pois as máquinas serão escravas deles, que as hão de idealizar, construir.

[...]

VIEIRA, Luandino. Quinzinho. In: A cidade e a infância. São Paulo: Companhia das Letras,2007. p.87.


De acordo com as ideias retratadas no texto, dadas as afirmativas,

I. As observações do narrador revelam o olhar crítico para uma realidade que explora o trabalhador.

II. Mesmo diante da morte, o narrador afirma a crença em um futuro potencialmente melhor.

III. O narrador acredita que haverá um momento em que essa relação será invertida e os seres humanos conseguirão libertar-se da posição servil em que se encontram.


verifica-se que está(ão) correta(s)

A beleza é uma obsessão contemporânea. A física. Fala-se muito de interior, mas esta é rara, como sempre foi. Quem fala muito em beleza interior é porque é feio.

PONDÉ, L. F. A era do ressentimento. São Paulo: Leya,2014, p.69.


Em geral, a afirmação do filósofo Luiz Felipe Pondé define a seguinte tese:

Sendo mortal e, por conseguinte, imperfeito, o homem sempre se verá como parte de uma realidade infinita que o circunda e sempre se achará em luta contra ela. Volta e meia se defrontará com a contradição constituída pelo fato de ser ele um ‘eu’ limitado e, ao mesmo tempo, fazer parte de um todo ilimitado.

FISCHER, Ernest. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: Zahar. p.247.


Considerando o contexto do texto, assinale a alternativa correta.

[...]

Durante os dois primeiros anos do Ensino Médio, eu tinha apenas dois cadernos e quase nada escrito neles. Era difícil me adaptar a uma educação que não provocava minha inteligência. Alguns naquela época, vendo meu aparente desinteresse, achavam que eu não seria nada na vida. Mas, dentro de mim, havia uma explosão de ideias. Pensar era uma aventura que me encantava. [...]

CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante,2003, p.70.


Considerando o texto, o autor acredita que