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“A natureza, concordava um observador na década de 1820, era ‘notavelmente simples em todas as suas ações, econômica em seus procedimentos e frugal em seus meios’. Porcos decênios depois, Karl Marx criticaria Charles Darwin por representar o estado selvagem do mundo animal como de livre-competição e por enxergar no mundo das plantas e dos bichos a própria sociedade inglesa, ‘com sua divisão de trabalho, competição, abertura de novos mercados, ‘invenções’, e a malthusiana ‘luta pela existência’’’.”
THOMAS, Keith. O homem e o mundo natural: mudanças de atitude em relação às plantas e aos animais (1500-1800). Trad. João Roberto M. Filho. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p.126.
O excerto acima, de autoria de Keith Thomas em O homem e o mundo natural, acusa uma fundamental ruptura entre os séculos XVII e XVIII no que diz respeito à relação entre seres humanos e natureza. Sobre essa ruptura, analise as afirmativas abaixo.
I. Ao contrário daquilo que se fazia antes, os naturalistas começaram a estudar a natureza em si mesma, ao invés de percebê-la a partir de suas analogias e semelhanças com os seres humanos.
II. Ainda que essa nova abordagem se pretendesse objetiva, a convicção de que animais e vegetais tinham algum sentido religioso ou simbólico, permaneceu nas mentalidades dos camponeses da Era Vitoriana e dos intelectuais da época.
III. O fato de a investigação sobre a natureza ser conduzida a partir do axioma de que plantas e animais devem ser estudados enquanto tais, volta-se, de certo modo, à separação da sociedade humana e da natureza, defendida inicialmente pelos atomistas gregos Leucipo e Demócrito.
Assinale a alternativa correta.
“Foi sempre fama constante que no Brasil havia minas de ferro, ouro e prata. Mas também houve sempre bastante descuido de as descobrir e de aproveitar-se delas, ou porque contentando-se os moradores com os frutos que dá a terra abundantemente na sua superfície e com os peixes que se pescam nos rios grandes e aprazíveis, não trataram de divertir o curso natural destes para lhes examinarem o fundo, nem de abrir àquela as estranhas, como persuadiu a ambição insaciável a outras nações, ou porque o gênio de buscar índios nos matos os desviou desta diligência menos escrupulosa e mais útil”.
ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,2007, p.213.
Sobre a mineração no Brasil, sobretudo a partir de princípios do século XVIII, assinale a alternativa incorreta.
Considere os dois excertos a seguir. Excerto 1 “Desenterraram-no cuidadosamente. Dádiva preciosa – único prêmio, únicos despojos opimos de tal guerra! – faziam-se mister os máximos resguardos para que senão desarticulasse ou deformasse, reduzindo-se a uma massa angulhenta de tecidos decompostos. Fotografaram-no depois. E lavrou-se uma ata rigorosa firmando a sua identidade: importava que o país se convencesse bem que estava, afinal, extinto aquele terribilíssimo antagonista. Restituíram-no à cova. Pensaram, porém, depois, em guardar sua cabeça tantas vezes maldita – e como fora malbaratar o tempo exumando-o de novo, uma faca jeitosamente brandida, naquela mesma atitude, cortoulha; e a face horrenda, empastada de escaras e de sânie, apareceu ainda uma vez ante aqueles triunfadores... Trouxeram depois para o litoral, onde deliravam multidões em festa, aquele crânio. Que a ciência dissesse a última palavra. Ali estavam, no relevo de circunvoluções expressivas, as linhas essenciais do crime e da loucura...”
CUNHA, Euclides da. Os Sertões: (campanha de Canudos).2. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, Imprensa Oficial do Estado, Arquivo do Estado,2001, p.780.
Excerto 2 “O sertão começa onde o Estado termina. Depois de Euclides da Cunha, tantos historiadores brasileiros se apaixonam por essa característica sertaneja tão presente nessa obra. Essa é também uma característica da terra mítica anunciada por Zaratustra, a terra onde há espaço para o homem florescer”. DE DECCA, Edgar S.; GNERRE, Maria Lucia A. Trauma e história na composição de Os sertões. IN: NASCIMENTO, José Leonardo do. Os sertões de Euclides da Cunha: releituras e diálogos. São Paulo: Editora UNESP,2002, p.52.
Considerando-se o contexto histórico da Guerra de Canudos e ambos os excertos, analise as afirmativas abaixo.
I. Sobre o processo de escrita de Os sertões, pode-se dizer que há uma profunda identificação do autor brasileiro com o sertanejo, embora essa empatia não seja de fato assumida por Euclides da Cunha.
II. O Excerto 2 sugere que Euclides da Cunha descreve o sertão com seus referenciais descritivos e sua compreensão baseados em autores europeus como Nietzche e Victor Hugo.
III. O trecho “Ali estavam, no relevo de circunvoluções expressivas, as linhas essenciais do crime e da loucura” do Excerto 1 pode ser visto como uma forma de mostrar as consequências vistas por Euclides da Cunha com relação a outros modelos possíveis no interior da República.
Estão corretas as afirmativas:
Em seu livro As raízes clássicas da historiografia moderna, o historiador italiano Arnaldo Momigliano afirmava que “a historiografia grega em seus estágios mais antigos preocupava-se com a Pérsia e que era praticada por pessoas cuja familiaridade com as tradições persas [era] indiscutível”.
MOMIGLIANO, Arnaldo. As raízes clássicas da historiografia moderna. Trad. Maria B. B. Florenzano. Bauru, SP: EDUSC,2004, p.28.
A respeito dos argumentos que atestam essa afirmativa de Momigliano, analise as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) Existem evidências irrefutáveis de que historiadores gregos e judeus estavam em contato com os persas.
( ) O florescimento da historiografia grega estava relacionada à ascensão dos estudos antropológicos.
( ) Embora Heródoto nunca tenha estado na Pérsia propriamente dita e nem falasse qualquer língua estrangeira, pode-se verificar que suas histórias são repletas de tradições persas.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
A respeito da “Revolução Gloriosa”, ocorrida em 1688 na Inglaterra, assinale a alternativa incorreta.