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Imagine-se olhando para um mapa da Europa, sem nenhuma indicação nele, com exceção da cidade de Viena, perto do centro, e, ao norte dela, a cidade de Berlim. Onde você localizaria as cidades de Praga e Budapeste? Para a maioria das pessoas que nasceram depois da Segunda Guerra Mundial, ambas as cidades pertencem ao leste Europeu, enquanto Viena pertence ao oeste e, consequentemente, tanto Praga como Budapeste deveriam ser localizadas a leste de Viena. Mas olhe agora o mapa da Europa e veja a localização real dessas duas cidades. Budapeste, com certeza, está afastada ao leste, bem abaixo de Viena, ao longo do Danúbio. Mas Praga está, na verdade, mais a oeste do que Viena.
Adaptado de MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis: Vozes,2003.

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A partir do trecho destacado do texto base e do exercício hipotético proposto nos anos de 1960 pelo psicólogo social Serge Moscovici, observa-se que certa subjetividade afetou a interpretação e a nomeação do espaço europeu.
Essa subjetividade é explicada por:
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No raiar do século XIX, a persistência de numerosos grupos de índios Botocudos numa área cada vez mais valorizada era um dos principais desafios para o império luso-brasileiro. As atividades de mineração nas Gerais, a transferência da capital da Bahia para o Rio de Janeiro em 1763 e, ainda, a vinda da Corte para esta localidade em 1808 consolidavam novo centro de poder. Aguçava-se o atrito com as tribos indígenas. Corresponde a esse momento a Guerra de 1808-1824, decretada pelas autoridades luso-brasileiras contra os Botocudos. Essa conflagração ocorreu no Espírito Santo e Minas Gerais, com reflexos na Bahia. No contexto dessa guerra, o governador capixaba enviou dois presentes a D. João: uma mostra de café finalmente transportado pelo rio Doce e uma “Selvagem Botocuda”. O príncipe regente agradeceu o café, felicitou o êxito no combate aos “bárbaros”, mas condenou “atos violentos e despóticos”, o que indica que o estado físico da índia devia ser deplorável.
Adaptado de MOREL, M. A saga dos Botocudos: guerra, imagens e resistência indígena. São Paulo: Hucitec,2018.

O episódio relatado no texto descreve um dos muitos enfrentamentos entre populações indígenas e autoridades governamentais no Brasil. Nele, o príncipe regente usa a nomeação “bárbaro”, que indica uma compreensão distorcida dos atributos constitutivos dos indígenas. Na descrição do episódio de perseguição aos Botocudos, o uso do termo “bárbaro” possibilitou legitimar uma conjuntura de:

“Se difere de Canudos em seus aspectos bélicos, a campanha do Contestado se lhe equipara como fenômeno histórico. Ambas foram rebeliões sertanejas, em áreas afastadas do poder central e por ele desassistidas. Ambas levantaram o problema da busca de melhores fórmulas de integração nacional”.

(Disponível em: www.eb.mil.br. Acessado em 08 mai.2020.)


Comparando as guerras de Canudos e do Contestado, o texto relaciona o emprego da força militar a conflitos desencadeados pela(o):

“O Coronelismo é um sistema de reciprocidade: de um lado os chefes municipais e os coronéis, que conduzem os eleitores como quem toca tropa de burros; de outro lado, a situação política dominante no Estado, que dispõe do erário, dos empregos, dos favores e da força policial”.


(LEAL, Vitor Nunes. Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime representativo no Brasil.5. ed. São Paulo: Alfa-Ômega,1986. p.43.)


Analisando as características do federalismo implantado durante a Primeira República (1889-1930), o autor define o Coronelismo como um sistema político que expressou:

O Exército da época tinha grande proporção de negros e mulatos entre as praças. Como não havia serviço militar obrigatório, as praças eram recrutadas quase à força entre a população pobre das cidades e do campo. Esta população era, em sua maioria, não branca.


(CARVALHO, José Murilo de. Pontos e bordados – Escritos de história e de política. Belo Horizonte: UFMG,1998. p.340. Adaptado.)


O mecanismo de recrutamento vigente no final do século XIX conferiu ao Exército uma composição que foi importante para apoiar a: