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Cargo: Técnico Judiciário - Tecnologia da Informação
Ano: 2010
Atenção: As questões de números 8 a 12 referem-se ao texto abaixo.
Em 1997, as obras da usina hidrelétrica de Salto Caxias, no Paraná, revelaram material inusitado. Encravadas na terra, havia gravuras indígenas em baixo-relevo que retratavam o movimento dos corpos celestes, provavelmente utilizadas para caça, pesca e agricultura.
A descoberta chamou a atenção de especialistas e remeteu a estudos realizados em solo brasileiro séculos antes. "Há grandes semelhanças entre o sistema astronômico utilizado hoje pelos guaranis do sul do Brasil e as medições dos tupinambás do Maranhão, descritas pelo missionário Claude d'Abbeville em 1612", diz Germano Afonso, especialista em etnoastronomia e pesquisador da Universidade Federal do Paraná. "Isso ocorre apesar das diferenças linguísticas, da distância geográfica e dos quase 400 anos que os separam no tempo."
Claude d'Abbeville, monge capuchinho francês, esteve no Brasil no século XVII em missões de evangelização junto a aldeias indígenas do Maranhão. Seu relato, considerado uma das mais importantes fontes de informação sobre a etnia tupi, trazia uma novidade para a época: a relação de aproximadamente 30 estrelas e constelações utilizadas pelos índios para atividades de plantio, pesca, caça e rituais religiosos. As semelhanças entre os conhecimentos dos índios coloniais e os das aldeias atuais motivaram novas pesquisas junto a etnias indígenas de todo o país. "É possível que as tribos se utilizem desse conhecimento desde que deixaram de ser nômades, como forma de entender as flutuações sazonais de clima para sua subsistência”, diz Afonso.
As atividades das tribos indígenas guiam-se geralmente por dois tipos principais de constelações. Há aquelas relacionadas ao clima, à fauna, e à flora do lugar, conhecidas por toda a comunidade, e outras, relacionadas aos espíritos indígenas, mais difíceis de visualizar e conhecidas normalmente apenas pelos pajés. No firmamento, encontram mais do que orientação sobre marés e estações do ano: veem um retrato do mundo terrestre.
Na estrada esbranquiçada da Via Láctea, tribos encontram o principal ponto de referência para as medições celestes. Chamam-na Tapi'i rapé (Caminho da Anta), devido à posição das constelações que a formam. Se para medir fenômenos climáticos as referências são animais terrestres, quando se trata do sagrado a região recebe o nome de Morada dos Deuses. Ali, próxima à constelação do Cisne, está amancha escura que simboliza Nhanderu, o deus maior guarani. Sentado em um banco, segurando o Sol e a Lua, ele aparece todos os anos para anunciar a primavera.
(Juliana Winkel. Brasil. Almanaque de cultura popular. São
Paulo: Andreato comunicação & cultura, ano 9, n. 97, maio de
2007, pp. 18-19, com adaptações)
"Isso ocorre apesar das diferenças linguísticas, da distância geográfica e dos quase 400 anos que os separam no tempo." (2o parágrafo)
O pronome Isso evita repetir, no contexto,
Cargo: Técnico Judiciário - Tecnologia da Informação
Ano: 2010
Atenção: As questões de números 8 a 12 referem-se ao texto abaixo.
Em 1997, as obras da usina hidrelétrica de Salto Caxias, no Paraná, revelaram material inusitado. Encravadas na terra, havia gravuras indígenas em baixo-relevo que retratavam o movimento dos corpos celestes, provavelmente utilizadas para caça, pesca e agricultura.
A descoberta chamou a atenção de especialistas e remeteu a estudos realizados em solo brasileiro séculos antes. "Há grandes semelhanças entre o sistema astronômico utilizado hoje pelos guaranis do sul do Brasil e as medições dos tupinambás do Maranhão, descritas pelo missionário Claude d'Abbeville em 1612", diz Germano Afonso, especialista em etnoastronomia e pesquisador da Universidade Federal do Paraná. "Isso ocorre apesar das diferenças linguísticas, da distância geográfica e dos quase 400 anos que os separam no tempo."
Claude d'Abbeville, monge capuchinho francês, esteve no Brasil no século XVII em missões de evangelização junto a aldeias indígenas do Maranhão. Seu relato, considerado uma das mais importantes fontes de informação sobre a etnia tupi, trazia uma novidade para a época: a relação de aproximadamente 30 estrelas e constelações utilizadas pelos índios para atividades de plantio, pesca, caça e rituais religiosos. As semelhanças entre os conhecimentos dos índios coloniais e os das aldeias atuais motivaram novas pesquisas junto a etnias indígenas de todo o país. "É possível que as tribos se utilizem desse conhecimento desde que deixaram de ser nômades, como forma de entender as flutuações sazonais de clima para sua subsistência”, diz Afonso.
As atividades das tribos indígenas guiam-se geralmente por dois tipos principais de constelações. Há aquelas relacionadas ao clima, à fauna, e à flora do lugar, conhecidas por toda a comunidade, e outras, relacionadas aos espíritos indígenas, mais difíceis de visualizar e conhecidas normalmente apenas pelos pajés. No firmamento, encontram mais do que orientação sobre marés e estações do ano: veem um retrato do mundo terrestre.
Na estrada esbranquiçada da Via Láctea, tribos encontram o principal ponto de referência para as medições celestes. Chamam-na Tapi'i rapé (Caminho da Anta), devido à posição das constelações que a formam. Se para medir fenômenos climáticos as referências são animais terrestres, quando se trata do sagrado a região recebe o nome de Morada dos Deuses. Ali, próxima à constelação do Cisne, está amancha escura que simboliza Nhanderu, o deus maior guarani. Sentado em um banco, segurando o Sol e a Lua, ele aparece todos os anos para anunciar a primavera.
(Juliana Winkel. Brasil. Almanaque de cultura popular. São
Paulo: Andreato comunicação & cultura, ano 9, n. 97, maio de
2007, pp. 18-19, com adaptações)
Cargo: Técnico Judiciário - Tecnologia da Informação
Ano: 2010
Atenção: As questões de números 8 a 12 referem-se ao texto abaixo.
Em 1997, as obras da usina hidrelétrica de Salto Caxias, no Paraná, revelaram material inusitado. Encravadas na terra, havia gravuras indígenas em baixo-relevo que retratavam o movimento dos corpos celestes, provavelmente utilizadas para caça, pesca e agricultura.
A descoberta chamou a atenção de especialistas e remeteu a estudos realizados em solo brasileiro séculos antes. "Há grandes semelhanças entre o sistema astronômico utilizado hoje pelos guaranis do sul do Brasil e as medições dos tupinambás do Maranhão, descritas pelo missionário Claude d'Abbeville em 1612", diz Germano Afonso, especialista em etnoastronomia e pesquisador da Universidade Federal do Paraná. "Isso ocorre apesar das diferenças linguísticas, da distância geográfica e dos quase 400 anos que os separam no tempo."
Claude d'Abbeville, monge capuchinho francês, esteve no Brasil no século XVII em missões de evangelização junto a aldeias indígenas do Maranhão. Seu relato, considerado uma das mais importantes fontes de informação sobre a etnia tupi, trazia uma novidade para a época: a relação de aproximadamente 30 estrelas e constelações utilizadas pelos índios para atividades de plantio, pesca, caça e rituais religiosos. As semelhanças entre os conhecimentos dos índios coloniais e os das aldeias atuais motivaram novas pesquisas junto a etnias indígenas de todo o país. "É possível que as tribos se utilizem desse conhecimento desde que deixaram de ser nômades, como forma de entender as flutuações sazonais de clima para sua subsistência”, diz Afonso.
As atividades das tribos indígenas guiam-se geralmente por dois tipos principais de constelações. Há aquelas relacionadas ao clima, à fauna, e à flora do lugar, conhecidas por toda a comunidade, e outras, relacionadas aos espíritos indígenas, mais difíceis de visualizar e conhecidas normalmente apenas pelos pajés. No firmamento, encontram mais do que orientação sobre marés e estações do ano: veem um retrato do mundo terrestre.
Na estrada esbranquiçada da Via Láctea, tribos encontram o principal ponto de referência para as medições celestes. Chamam-na Tapi'i rapé (Caminho da Anta), devido à posição das constelações que a formam. Se para medir fenômenos climáticos as referências são animais terrestres, quando se trata do sagrado a região recebe o nome de Morada dos Deuses. Ali, próxima à constelação do Cisne, está amancha escura que simboliza Nhanderu, o deus maior guarani. Sentado em um banco, segurando o Sol e a Lua, ele aparece todos os anos para anunciar a primavera.
(Juliana Winkel. Brasil. Almanaque de cultura popular. São
Paulo: Andreato comunicação & cultura, ano 9, n. 97, maio de
2007, pp. 18-19, com adaptações)
Cargo: Técnico Judiciário - Tecnologia da Informação
Ano: 2010
Atenção: As questões de números 1 a 7 referem-se ao texto abaixo.
O triunfo humano sobre as forças da natureza é, desta vez, um triste sintoma da saúde do planeta. Dois cargueiros alemães estão prestes a se tornarem os primeiros a navegar por inteiro a Passagem Nordeste, como é conhecido o trajeto via Ártico entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
Essa rota marítima mais curta entre a Europa e a Ásia sempre foi um risco no mapa impossível de ser navegado. Durante o verão, quando a camada de gelo da calota polar se retrai, somente comboios liderados por navios quebra-gelo trafegam pela imensa costa russa – e apenas em trechos curtos. Essa situação já tem data marcada para acabar. Salvo algum contratempo imprevisível, os dois navios, que já ultrapassaram os trechos mais difíceis, devem completar a viagem até o fim do mês. E aqui está a má notícia: a proeza dos cargueiros alemães só foi possível devido ao encolhimento progressivo da calota polar do Ártico, provocada pelo aquecimento global. Em 2007 e 2008, a superfície congelada se reduziu ao menor tamanho já registrado. A camada de gelo também está mais fina: sua espessura encolhe, em média, 17 centímetros por ano.
Toda a fauna adaptada ao clima único da região está ameaçada. As focas criam seus filhotes durante as primeiras semanas em placas de gelo flutuantes, para que acumulem gordura suficiente antes de se aventurar pela água gelada do mar. O degelo precoce dos glaciares pode resultar na separação prematura desses filhotes, diminuindo suas chances de sobrevivência. Estudos preveem que, devido à diminuição de seu território de caça, a população de ursos polares estará reduzida a um terço da atual até 2050. Morsas, renas e baleias
típicas da região também sofrem com os efeitos da mudança climática. Mas o impacto do derretimento dos polos não se limitará a esses rincões mais frios. As calotas polares ajudam a manter o clima global ameno e alimentam as correntes marítimas, que redistribuem o calor pelo planeta.
O paradoxo do aquecimento é que, à medida que o gelo derrete, o Oceano Ártico se abre à navegação e viabiliza a exploração de riquezas até então intocadas. Estima-se que a região concentre 13% das reservas de petróleo e 30% de todo o gás natural do planeta. Cinco países que fazem fronteira com o Círculo Polar Ártico (Estados Unidos, Canadá, Rússia, Noruega e Dinamarca) disputam o controle desses recursos.
(Thomaz Favaro. Veja, 23 de setembro de 2009, pp. 106-108, com adaptações)
Cargo: Técnico Judiciário - Tecnologia da Informação
Ano: 2010
Atenção: As questões de números 1 a 7 referem-se ao texto abaixo.
O triunfo humano sobre as forças da natureza é, desta vez, um triste sintoma da saúde do planeta. Dois cargueiros alemães estão prestes a se tornarem os primeiros a navegar por inteiro a Passagem Nordeste, como é conhecido o trajeto via Ártico entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
Essa rota marítima mais curta entre a Europa e a Ásia sempre foi um risco no mapa impossível de ser navegado. Durante o verão, quando a camada de gelo da calota polar se retrai, somente comboios liderados por navios quebra-gelo trafegam pela imensa costa russa – e apenas em trechos curtos. Essa situação já tem data marcada para acabar. Salvo algum contratempo imprevisível, os dois navios, que já ultrapassaram os trechos mais difíceis, devem completar a viagem até o fim do mês. E aqui está a má notícia: a proeza dos cargueiros alemães só foi possível devido ao encolhimento progressivo da calota polar do Ártico, provocada pelo aquecimento global. Em 2007 e 2008, a superfície congelada se reduziu ao menor tamanho já registrado. A camada de gelo também está mais fina: sua espessura encolhe, em média, 17 centímetros por ano.
Toda a fauna adaptada ao clima único da região está ameaçada. As focas criam seus filhotes durante as primeiras semanas em placas de gelo flutuantes, para que acumulem gordura suficiente antes de se aventurar pela água gelada do mar. O degelo precoce dos glaciares pode resultar na separação prematura desses filhotes, diminuindo suas chances de sobrevivência. Estudos preveem que, devido à diminuição de seu território de caça, a população de ursos polares estará reduzida a um terço da atual até 2050. Morsas, renas e baleias
típicas da região também sofrem com os efeitos da mudança climática. Mas o impacto do derretimento dos polos não se limitará a esses rincões mais frios. As calotas polares ajudam a manter o clima global ameno e alimentam as correntes marítimas, que redistribuem o calor pelo planeta.
O paradoxo do aquecimento é que, à medida que o gelo derrete, o Oceano Ártico se abre à navegação e viabiliza a exploração de riquezas até então intocadas. Estima-se que a região concentre 13% das reservas de petróleo e 30% de todo o gás natural do planeta. Cinco países que fazem fronteira com o Círculo Polar Ártico (Estados Unidos, Canadá, Rússia, Noruega e Dinamarca) disputam o controle desses recursos.
(Thomaz Favaro. Veja, 23 de setembro de 2009, pp. 106-108, com adaptações)