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Esperemos da história uma certa objetividade, a objetividade que lhe convém: a maneira pela qual a história nasce e renasce nô-lo atesta; procede ela sempre da retificação da arrumação oficial e pragmática feita pelas sociedades tradicionais com relação ao seu passado. Tal retificação não é de espírito diferente da retificação operada pelas ciências físicas em relação ao primeiro arranjo das aparências na percepção e nas cosmologias que lhe são tributárias. (RICOEUR, Paul. História e verdade. São Paulo: Forense,1968, p.24-25).
No texto acima, Paul Ricoeur serve-se da obra de Marc Bloch “Apologia da História”, para caracterizar a objetividade histórica, afirmando que tudo que o historiador necessita, para uma reflexão sobre essa objetividade incompleta, encontra nessa obra, pois, nela, o autor deixa evidente que
Em “Memória e identidade social”, Michel Pollack procurou definir os elementos constitutivos da memória. Em primeiro lugar, os acontecimentos vividos pessoalmente ou, em outras palavras, aqueles que fazem parte de nós mesmos, portadores de lembranças de um passado que se quer único. Em segundo lugar, os vividos “por tabela”, ou seja, as possibilidades abertas pelo fenômeno de projeção ou de identificação tão forte com um passado, que pessoas que não o viveram se sentem coparticipantes e sujeitos desse mesmo passado. Isso significa dizer que é possível nos lembrarmos de algo que não nos atingiu diretamente, mas que, por uma razão ou outra, contaminou nossa própria lembrança. Assim, é coerente registrar que há acontecimentos que traumatizam tanto um grupo, que a memória daquele fato por ser “transmitida ao longo de séculos com altíssimo grau de identificação”. Um terceiro elemento assenta-se na ideia de que a memória também é constituída por personagens, uma vez que há sempre exemplos de indivíduos que personificam determinada lembrança. Por último, os chamados lugares da memória, que podem ser representados por museus, arquivos e monumentos.
(POLLACK, Michael “Memória e identidade social”. Revista estudos históricos. Rio de Janeiro, v.5, n.10,1992, p.201-215. In.: CARDOSO, C. F.; VAINFAS, R. Novos domínios da História. Rio de Janeiro: Editora Campus,2012).

Considerando o texto acima e os elementos constitutivos da memória, assinale a alternativa CORRETA:
O ensino de história atual tem sido muito influenciado pelas contribuições originadas na corrente denominada “História dos Annales”, surgida na Europa, no século XX, e que traz para a docência da disciplina a seguinte característica:
Há pelo menos duas histórias: a da memória coletiva e a dos historiadores. A primeira é essencialmente mítica, deformada, anacrônica, mas constitui o vivido desta relação nunca acabada entre o presente e o passado. É desejável que a informação histórica, fornecida pelos historiadores de ofício, vulgarizada pela escola (ou pelo menos deveria sê-lo) e os massmedia [meios de comunicação social], corrija esta história tradicional falseada. (Jacques Le Goff. História e Memória, p.29. Adaptado)
Interpretando-se o trecho acima, pode-se afirmar que a história:
A chamada Escola dos Annales é um movimento historiográfico do século XX que se constitui em torno do periódico acadêmico francês Annales d'histoire économique et sociale, tendo se destacado por incorporar métodos das Ciências Sociais à História. Fundada por Lucien Febvre e Marc Bloch em 1929, propunha-se a ir além da visão positivista da história como crônica de acontecimentos, substituindo o tempo breve da história dos acontecimentos pelos processos de longa duração, com o objetivo de tornar inteligíveis a civilização e as mentalidades.
Entre as obras de maior destaque daqueles que compuseram o movimento dos Annales, encontram-se: