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“Em vez de uma essência eterna, de uma ideia platônica, a disciplina chamada história é uma realidade, em si mesma, histórica, ou seja, situada no tempo e no espaço, assumida por homens que se dizem historiadores e que são reconhecidos como tais, além de ser aceita como história por diversos públicos. Em vez de uma história sub specie aeternitatis (sob a forma de eternidade), cujas características tivessem atravessado, sem qualquer alteração, as vicissitudes do tempo, existem diferentes produções que os contemporâneos de determinada época estão de acordo em considerar como história: ou seja, antes de ser uma disciplina científica – segundo sua pretensão e, até certo ponto, conforme ela o é efetivamente –, a história é uma prática social.”

(Prost,2008, p.13.)


Em relação ao conceito de história como memória e prática social, é correto afirmar que:

“O século XIX foi marcado pela forte cientificação da história. Para esses historiadores a verdade estava implícita nos fatos empíricos, ou seja, naquilo que podia ser visto e era real.O historicismo se preocupava principalmente com a história dos eventos políticos e das guerras. A história dos ‘heróis’ e de grandes personalidades foi uma marca desse período. A metodologia foi uma grande contribuição desse período, pois ela permitiu aos historiadores a capacidade de refletir sobre a veracidade dos documentos.”
(JUZWIAK, Victor; LEITE, Marcos Flávio. Relação entre Ensino de História e Historiografia: algumas reflexões. Revista Virtual P@rtes.)

Para os historiadores desse período (século XIX), o documento histórico
“Que relações tem a história com o tempo, com a duração, tanto com o tempo ‘natural’ e cíclico do clima e das estações quanto com o tempo vivido e naturalmente registrado dos indivíduos e das sociedades? Por um lado, para domesticar o tempo natural, as diversas sociedades e culturas inventaram um instrumento fundamental, que é também um dado essencial da história: o calendário[...]”
(Le Goff,1924
Tradução Bernardo Leitão... [et al.] Campinas, SP Editora da UNICAMP,1990.)

Sobre o calendário, de uma maneira geral, analise as afirmativas a seguir.

I.
É considerado um dos grandes emblemas e instrumentos do poder; pois, normalmente, os detentores carismáticos do poder são senhores do calendário.
II.
Júlio César fez reformar o calendário romano e, numa prova de seu poder, criou o novo calendário, denominado “Calendário Cristão”, vigente até hoje.
III.
O lugar que o calendário ocupa nos primeiros séculos do cristianismo demonstra a sua importância para a igreja cristã.

Estão corretas as afirmativas

“Se eu disse: ‘lembro-me de ter escrito uma carta a Fulano, na semana passada’ – temos uma afirmação da memória, mas não uma afirmação histórica. Todavia, se eu acrescentar: ‘e a minha memória não está a atraiçoar-me, pois tenho aqui a resposta dele’ – então estou a basear, numa prova, uma afirmação acerca do passado. Estou a falar historicamente.”

(Collingwood,1981:311. Disponível em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/36/art17_36.pdf.)


Sobre a escrita da história e a memória, tendo em vista não apenas a visão do autor em destaque, é correto afirmar que:

“Para abordar essas realidades humanas, a história teve de se renovar quanto às técnicas e métodos. [...] A documentação será agora relativa ao campo econômico-social-mental: é massiva, serial, revelando o duradouro, a longa duração. Os documentos referem-se à vida cotidiana das massas anônimas, à sua vida produtiva, às suas crenças coletivas. Os documentos não são mais ofícios, cartas, editais, textos explícitos sobre a intenção do sujeito, mas listas de preço, de salários, séries de certidões de batismo, óbito, casamento, nascimento, fontes notariais, contratos, testamentos, inventários.” (REIS, J. A inovação em História. São Paulo: Paz e Terra,2000, p.23).
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