Questões de Concurso
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I. Para Saussure, o signo linguístico é arbitrário, o que não deve dar a ideia de que o significado dependa da livre escolha do que fala, porque não está ao alcance do indivíduo trocar coisa alguma em um signo.
II. Toda unidade linguística é “discreta”, ou seja, tem valor único, com isso, cada unidade discreta tem de ser emitida sucessivamente. Elas não são concomitantes, não são coexistentes, não são sucessivas. Esse princípio refere-se à linearidade do significante.
III. Pode-se intercambiar os termos “signo” e “símbolo”, pois, para Saussure, ambos são arbitrários e lineares.
Quais estão corretas?
A dimensão linguística da fonética surge da intersecção entre informações sobre as propriedades físicas, acústicas e perceptivas dos sons e o funcionamento das unidades sonoras dentro do sistema linguístico. Para analisarmos as menores partes que compõem a fala, as unidades segmentais, como consoantes e vogais, é insuficiente considerar apenas os sinais físico-acústicos ou os movimentos articulatórios dos órgãos vocais. É fundamental compreender quais sons são responsáveis pelos contrastes em uma língua específica, o que se relaciona à fonologia. Tomemos como exemplo as consoantes fricativas: [s] de "selo" e [z] de "zelo" diferem, em termos articulatórios, apenas pela vibração das pregas vocais causada pela passagem do ar pela glote. Essa informação articulatória é relevante para falantes do português, mas não para falantes do espanhol, já que o sistema linguístico espanhol não apresenta o contraste entre essas consoantes. No espanhol, apenas o [s] está presente no inventário fonético, e, portanto, mesmo que ocorra alguma vibração durante a passagem do ar, ela não será considerada pelo falante, pois não contribui para os contrastes na classe das fricativas dessa língua.
(Fonte: https://www.ceale.fae.ufmg.br/
glossarioceale/verbetes/fonetica.adaptado)
Considerando a interseção entre fonética e fonologia abordada no texto, qual é a importância de compreender a relação entre sinais físico-acústicos e as unidades sonoras no sistema linguístico?
Sírio Possenti (2009), no capítulo “Relações entre análise do discurso e leitura”, considera que há duas grandes vertentes nas quais a Análise do Discurso (AD) de linha francesa situa a leitura. Uma se dedica à investigação social de circulação dos textos, sem preocupação direta com o sentido, ou seja, seus interesses se fixam em quais textos circulam, em quais espaços, em quais épocas, para quais leitores, por quais razões etc.; é-lhe relevante, por um lado, a adoção de posição de defesa de certas leituras, por estarem de acordo com um conjunto de exigências que comporiam a natureza histórica dos discursos e, de outro, a condenação de outras. A segunda vertente de pesquisa, com certa relação com a psicanálise, privilegia propriamente o sentido; tem a ver com aquilo que o texto significa, com os sentidos “ocultos” que possam existir, pelo que lhe interessam os aspectos ligados aos implícitos, à opacidade da língua, à relação do discurso com o seu exterior etc.; é-lhe relevante explicitar as estratégias de leitura postas em ação em cada uma das interpretações. Além disso, Possenti destaca a importância dos “ingredientes fundamentais da leitura”, que receberam, alternadamente, ao longo do tempo, em teorias diversas, a posição de elementos discursivamente fundamentais, mas cuja relevância, conforme o autor, só pode ser medida se levados em consideração os diferentes papéis que esses ingredientes podem exercer nos diferentes tipos de texto.
De acordo com Sírio Possenti (2009), quais são os pressupostos que fundamentam as relações entre a Análise do Discurso (AD) e a leitura e seus “ingredientes fundamentais”?